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Voto consciente: e isso existe?

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No longínquo ano de 2010 escrevi esse texto e postei no meu blog. Era época de campanha eleitoral daquele ano e, como sempre, eu me sentia incomodado com a forma como nossa política era (é) dirigida por nossos candidatos e “representantes” políticos.

Por um motivo bem óbvio, estava aqui relendo aquelas palavras e tomei por interessante revê-las e atualizar o que naquela vez me pareceu um texto interessante. Segue abaixo, então, uma atualização:

Pois é, cá estava eu a pensar com meus botões se é possível fazer do voto um instrumento real de cidadania e democracia. Carros decorados vejo aos montes. Seriam árvores de natal? Uma analogia direta aos “presentes” ganhos em época de eleição? Seriam carros alegóricos como em desfiles carnavalescos, denotando a brincadeira que se tornou nossa política? Ou seriam carros de circo com palhaços ao volante? Mas, em quem votar realmente?

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Numa carreata que passou aqui em minha rua, do candidato da situação ao governo do Estado, não havia nenhum carro velho, somente carrões. Repito: C-A-R-R-Õ-E-S. Isso significa alguma coisa? Só se for muito ignorante para não perceber. É óbvio que não tinha carro velho na carreata para ninguém acusar a distribuição de gasolina! Há! Há! Há!

Bom, mas você vai votar, não é? Então, se não sabes em quem votar, ou pior não sabes porque vai votar em determinado candidato ou candidata, ou pior ainda, vais votar naquele ou naquela que te comprou, ou talvez vais votar só porque és obrigado, ou quem sabe vais votar porque achas que realmente podes mudar o país com teu voto, talvez você vote para evitar que o comunismo tome o país (é sério que você acredita nisso?); ou vais votar para evitar uma nova ditadura; ou vais votar em quem teu pastor mandou, ou vais votar em quem teu cantor favorito vai votar, ou vais votar sabe-se lá porquê!

Enfim, o que sabe você sobre questões e conceitos essenciais em ciência política para definir teu voto? Bah!, também não é necessário saber disso tudo! Porém, você já refletiu sobre o quão importante o voto, a democracia e a política realmente importam em nossas vidas? Ou és só mais um papagaio a repetir as mesmas baboseiras de sempre (quando teorias conspiratórias são tão famosas atualmente!)?

Eu não tenho uma cartilha sobre o “bom voto” e nem me acho melhor que alguém para falar sobre isso. Contudo, gosto de ler, pesquisar e analisar um pouco as coisas e, por isso, trago aqui algumas dicas compiladas por esses anos todos.

Antes de decidir teu voto, faça uma breve pesquisa e reflexão: 

1° – Qual a ideologia partidária de teu/tua candidato/candidata? Não sabe o que é ideologia? São os ideais que o partido dele/dela defende. O que você entende dessas ideias? São claras o suficiente para você? De que forma impactam a nossa realidade? As ideias movem o mundo e a vida de cada um de nós.

2° – Teu/tua candidato/candidata comunga os mesmos ideais do partido? São os mesmos ideais que você defende? Ou teu/tua candidato/candidata apenas repete frases prontas e fáceis de grudar na cabeça para chamar atenção sem aprofundar de verdade o que realmente pensa?

3° – Qual a história de vida política do/da teu/tua candidato/candidata? Como é sua vida pública? E qual a história política da família de teu/tua candidato/candidata? E a vida pública de teu/tua candidato/candidata, suas falas e atos, o que representam para você? Ou você não se importa com as palavras ditas por aquele/aquela em que pretendes votar? Educação, respeito e bom senso não são importantes para você?

4° – Qual a posição do/da teu/tua candidato/candidata em relação às mazelas da sociedade? O que ele/ela pensa sobre questões políticas, sobre economia, sobre corrupção? Como se manifesta em relação à questões importantes como racismo, as diversas fobias que infestam nossa convivência diária. O que teu/tua candidato/candidata expõe em suas falas?

5° – Qual o grau de instrução de teu candidato? Isso pode ser importante ou não, depende também de teu próprio ponto de vista. Para mim é bem claro isso: não voto em ninguém com menos estudo que eu! Se falam tanto em educação, que estudem, oras! O que pensa você sobre isso?

6° – Teu/tua candidato/candidata ofereceu algo em troca de voto? Cuidado, boas e más intenções podem ser encobertas com as mesmas propostas.

7° – Teu/tua candidato/candidata, em caso de deputado/deputada estadual e federal, é de tua região? Se não, como poderás cobrar as “beneficies” que o/a mesmo/mesma poderá oferecer para teu lugar? É algo para se pensar também, embora saibamos que política não pode ser restringida ao fator regional.

8° – Teu/tua candidato/candidata vem de família com tradição política? Então procure saber o histórico da família.

9° – Teu/tua candidato/candidata está tentando se reeleger? Então procure saber o que ele/ela fez durante seus quatro anos de mandato. Realmente governou em prol de toda a população ou só olhou para leis que beneficiam os mais ricos? Envolveu-se em casos de escândalos políticos? Realmente governou ou só ficou perseguindo seus adversários políticos?

10° – Ficha limpa. Se a lei não dá conta, pesquise para saber dos processos, pois nem todo processo pode ser concedido como maléfico. Nossas leis são repletas de caminhos tortuosos. Mas vale pesquisar.

É isso ai pessoal! O nosso futuro não é coisa para se brincar, principalmente quando falamos da coisa mais importante sobre a vida em sociedade: a política que nos move diariamente!

Redação


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