PANORAMA ECONÔMICO GERAL
O país enfrenta um enorme desafio durante este ano de 2019. O governo que acabou de assumir tem diversos problemas para resolver. Dentre os desafios, o maior deles é a reforma da Previdência Social. Este é um assunto que desperta discussões acaloradas com defensores e críticos. O importante é manter o bom senso e buscar o melhor para todos, acabando ou pelo menos minimizando a distância entre os benefícios dos privilegiados em relação à população em geral. Que a racionalidade e a serenidade sejam as armas utilizadas nestas discussões.
Não menos importante é a implementação de políticas de desenvolvimento, as quais podem gerar empregos e renda para mais de 13 milhões de brasileiros que buscam sem êxito novas oportunidades de trabalho.
Quando a economia começa a reagir, um dos primeiros setores que sinaliza o avanço é a construção civil. Na Bolsa de Valores, as ações das empresas do setor já começam a valorizar fortemente, indicando que o ciclo de baixa está terminando.
Se vai se concretizar eu não sei, mas realmente espero que sim. O Governo anunciou recentemente que pretende quebrar o monopólio na extração e distribuição de gás de cozinha, visando baixar o preço para 35 a 40 reais o botijão. Tomara que isso venha a acontecer rapidamente. Nosso bolso agradece.
O Brasil assinou na semana passada um grande acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia durante a reunião do G20 (grupo dos 20 países mais ricos do mundo). Este acordo estava em discussão a quase 20 anos. Segundo o acordo, o Brasil terá redução de até 91% das tarifas nos produtos exportados para a União Europeia nos próximos 10 anos. Acordos comerciais não fundamentais na atualidade e todos os países que cresceram a taxas elevadas desde os anos 1970 tiveram forte sustentação de seu crescimento nos acordos comerciais firmados.
A produção brasileira de grãos do período 2018/2019, segundo o 5º levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado nesta terça-feira (12), deve alcançar 234,1 milhões de toneladas. Se comparado com a safra passada, o crescimento deverá ser de 6,5 milhões de t, o que representa volume 2,8% superior. Houve incremento de 910,5 mil hectares na área plantada ou 1,5% a mais em relação à safra 2017/18, elevando o total para 62,6 milhões de hectares.
O arroz, com concentração maior no Sul do país, esteve mal situado no mês passado e também neste levantamento apresentou percentual de 11,3% de perdas frente à safra anterior, ficando em 10,7 milhões de toneladas. Segundo dados repassados pela Epagri, aqui na região de Criciúma a quebra na safra foi de 5,04%, sendo que em alguns municípios da região a quebra foi maior, chegando em casos de até 21% em relação à safra anterior.
Os preços do arroz estão bastante baixos neste ano. Aliando-se a menor produtividade com o baixo preço, traz reflexos negativos para a economia regional, pois um valor muito significativo deixa de circular. Isso gera menor poder de compra para os rizicultores, bem como menores oportunidades de emprego nos setores comercial, industrial e de serviços na região. Enfim, como diz o velho ditado: quando a colônia vai bem, a cidade vai também. Torcemos para que os preços melhorem e tudo possa voltar ao normal.
FINANÇAS PESSOAIS E MERCADO FINANCEIRO
A educação financeira é assunto que deveria ser disciplina obrigatória desde as séries iniciais na escola. Se assim fosse, seria possível ir construindo uma mentalidade financeira diferente junto às crianças, de tal forma que ao atingirem idade adulta já estariam ambientados com os desafios e tabus em relação as finanças e investimentos.
Este baixo conhecimento sobre finanças e mercado financeiro trazem como consequência um baixo potencial de geração de renda para os poupadores, o que por sua vez contribui para a baixa acumulação de capital durante sua vida produtiva, tendo para muitos como reflexo a dependência da aposentadoria junto a Previdência Social como forma de garantir seu sustento na velhice.
Atenta a isso, a ANBIMA – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, divulgou uma pesquisa sobre o perfil dos investidores brasileiros. O que mais chama a atenção é que menos da metade da população (42% apenas) investe em produtos financeiros tais como caderneta de poupança, CDB’s, LCI’s, LCA’s, Fundos de Investimentos e outros. Aponta a pesquisa que apenas 32% da população conseguiu economizar algum dinheiro no ano passado.
Destes, apenas 9% investiram em produtos financeiros. Os demais buscaram outras formas de aplicação, tais como: pagar prestação do financiamento da casa, trocar de carro, comprar imóveis, investimento em negócio próprio, fazer algum curso de aperfeiçoamento profissional dentre outros citados.
Segundo esta pesquisa, o que os investidores buscam nos investimentos é segurança, em primeiro lugar. Na tabela abaixo, pode-se verificar isso.
A ANBIMA entende que isso é legítimo e que o mercado financeiro tenta de alguma forma entender e acolher estas demandas para criar novos produtos financeiros destinados a este tipo de investidor, como por exemplo os FII’s – fundos de Investimentos Imobiliários. Porém, levanta um questionamento sobre a necessidade de geração de renda periódica ao investidor.
Como a maioria da população não tem reservas suficientes para arcar com suas despesas durante pelo menos 6 meses, é preciso que o investidor tenha investimentos que gerem renda, ou seja, que periodicamente gerem dinheiro que possa ser sacado caso necessário. É o que se chama de RENDA PASSIVA, ou seja, é o dinheiro trabalhando e gerando mais dinheiro para o investidor.
INVESTIMENTOS E RENTABILIDADE
“VOCÊ QUER QUE O SEU DINHEIRO RENDA MAIS? PARA ISSO É PRECISO MUDAR SUA PERCEPÇÃO E AVERSÃO AO RISCO E ASSUMIR POSIÇÃO EM ATIVOS NÃO TRADICIONAIS”
A BOVESPA anunciou recentemente que atingiu a marca de 1,1 milhões de investidores pessoa física no Brasil. Apesar de ser um recorde em número de investidores, representa apenas 0,52% do total da população. Em países desenvolvidos este número chega a mais de 50%. Portanto, temos muito ainda a crescer em termos de investimentos em renda variável.
Os investidores estão em busca de maior rentabilidade em seus investimentos. Como a maioria dos produtos financeiros estão atrelados em maior ou menor escala ao rendimento da taxa SELIC, a qual vem se mantendo em 6,5% ao ano já a algum tempo e ainda com tendência a baixar, percebe-se um movimento em busca de ativos com maior risco, principalmente em renda variável.
Porém, devemos sempre lembrar que rentabilidade e risco são diretamente proporcionais, ou seja, quanto maior a possibilidade de ganho, maior o risco de perda.
Existem no mercado os produtos de renda fixa, onde o dono do dinheiro já sabe quanto vai receber de rendimento lá no final do período de investimentos e existe os produtos de renda variável, os quais tem seu preço determinado pelas expectativas dos agentes do próprio mercado, podendo subir ou baixar de preços. Para investir em renda variável é necessário ter estrutura psicológica para suportar a queda do valor dos seus ativos por algum tempo. Se você não aceita correr risco, o seu mercado é de renda fixa.
A dica de investimentos neste início de 2019 é em Fundos de Investimentos Imobiliários, conhecidos como FII’S. Os FII’s investem seus recursos na aquisição de shopping centers, condomínios de alto padrão e edifícios comerciais. Para investir você deve adquirir cotas dos fundos. Tornando-se cotista você receberá parte da rentabilidade dos aluguéis dos imóveis adquiridos pelo fundo. Muitos FII’s já apresentam rentabilidade de aluguel em 2019 maior que o rendimento de alguns produtos de renda fixa. A segunda forma de remuneração do dinheiro investido se dá pela valorização da cota no mercado. A primeira remuneração é isenta de imposto de renda, enquanto a segunda é tributada.
Enfim, se analisarmos que apenas com a parte relativa a remuneração com aluguéis já é semelhante ou até em muitos casos superior ao rendimento dos ativos tradicionais do mercado financeiro, os FII’s tornam-se atrativos ao investidor.
No gráfico a seguir, é possível verificar a rentabilidade dos principais ativos no mercado financeiro brasileiro no período de março de 2018 a fevereiro de 2019.