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Vigilância Epidemiológica orienta como se prevenir contra as meningites

meningite

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) orienta a população para os cuidados essenciais na prevenção a meningites. Entre as principais medidas, estão manter a vacinação em dia, evitar locais com aglomeração de pessoas, deixar os ambientes ventilados, não compartilhar objetos de uso pessoal, além de reforçar os hábitos de higiene. A meningite é um processo inflamatório das membranas protetoras que envolvem o cérebro e a medula espinhal (meninges) causado por bactérias, vírus, parasitas e fungos, entre outros agentes.

“É importante conhecer o agente causador da meningite porque o tratamento difere dependendo da causa”, observa o médico infectologista Fábio Gaudenzi, superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

A meningite viral é o tipo mais comum, sendo que, na maioria das vezes, apresenta quadro clínico leve e de menor gravidade, evoluindo de forma benigna. Em Santa Catarina, dos 694 casos confirmados de meningite em 2016, 87% foram do tipo viral. Neste ano, até o dia 23 de junho, dos 350 casos confirmados, 94% foram de meningite viral.

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Já a meningite bacteriana, apesar de se apresentar em menor número, é o tipo mais severo pelo potencial de provocar sequelas graves e, até mesmo, levar à morte em poucas horas se as pessoas não forem tratadas a tempo. Em Santa Catarina, foram 29 casos em 2016, com seis óbitos, e 22 casos em 2017, com cinco óbitos.

Os tipos mais comuns são a Meningite Pneumocócica, causada pelo Steptococcuspneumoniae, a meningite provocada pelo Haemophilus Influenza e a doença meningocócica, pela bactéria Neisseriameningitidis, também conhecida como meningococo.“O quadro clínico da meningite bacteriana pode se instalar em apenas algumas horas. A evolução é muito rápida e fulminante”, alerta o médico infectologista Luiz Escada, técnico da Gerência de Imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive).

A bactéria Neisseriameningitidis, causadora da doença meningocócica, é classificada em 12 sorogrupos diferentes, sendo os tipos A, B, C, W e Y os mais importantes. No Brasil, o sorogrupo C representa de 50% a 70% dos casos de doença meningocócica identificados. Em Santa Catarina, o tipo C é responsável por 42% dos casos. Esta bactéria provoca tanto a meningite meningocócica, ao invadir as meninges, provocando infecção, quanto a meningococcemia, ao entrar na corrente sanguínea e se multiplicar, danificando as paredes dos vasos sanguíneos, causando sangramento na pele e nos órgãos.

Cerca de uma em cada dez pessoas apresentam as bactérias Neisseriameningitidis na parte de trás do nariz e da garganta sem demonstrar sinais ou sintomas de doença, sendo chamadas de portador sadio. Porém, às vezes, essas bactérias invadem o organismo e causam a doença meningocócica, ou podem ser transmitidas para outras pessoas, vindo a provocar a doença nas mesmas.

No entanto, é importante destacar que essas bactérias não são tão contagiosas quanto outros micro-organismos de transmissão respiratória, como os que causam o resfriado comum, a gripe, dentre outras enfermidades. Para que haja transmissão da Neisseriameningitidis, é necessário o contato de forma íntima e/ou prolongada com os indivíduos que vivem na mesma casa e tenham contato direto com as secreções orais da pessoa infectada por meio da tosse, espirro ou beijo, por exemplo. Não há risco de transmissão da Neisseria por meio do contato casual ou ao “respirar o ar” de alguém que apresentou doença meningocócica.

“Pessoas que tiveram contato íntimo e prolongado com alguém com doença meningocócica devem receber antibióticos para ajudar a se prevenir da doença. Isso é conhecido como profilaxia. As equipes de vigilância epidemiológica investigam cada caso de doença meningocócica para identificar todos esses contatos e garantir que eles recebam profilaxia. Isso não significa que eles tenham a doença. É justamente para evitar que venham a adoecer. Pessoas que não são contatos íntimos de um paciente com doença meningocócica não precisam de profilaxia”, reitera o médico infectologista Fábio Gaudenzi.

Prevenção

A vacinação é uma importante aliada na prevenção da meningite. A rede pública de saúde oferece vacina contra as formas mais graves de meningite:

  • Meningite tipo C (a proteção está contida na vacina Meningo C)

    – Para crianças (1ª dose aos 3 meses; 2ª dose aos 5 meses; e reforço entre 12 meses e a 4 anos 11 meses e 29 dias);

    – Para adolescentes entre 12 e 13 anos – 1 dose.

  • Meningite por pneumococo (a proteção está contida na vacina Pneumo 10)

    – Para crianças (1ª dose aos 2 meses; 2ª dose aos 4 meses; e reforço entre 12 meses e a 4 anos 11 meses e 29 dias).

  • Meningite por Haemophilus influenza (a proteção está contida na vacina Pentavalente)

    – Para crianças (1ª dose aos 2 meses; 2ª dose aos 4 meses; e 6ª dose aos 6 meses).

  • Meningite tuberculosa (a vacina BCG protege contra a meningite tuberculosa)

    – Para crianças, ao nascer.

São fundamentais e necessárias as medidas de prevenção, entre as quais manter todos os ambientes bem ventilados, se possível ensolarados, principalmente salas de aula, locais de trabalho e no transporte coletivo, evitar transitar em ambientes fechados e mal ventilados, lavar as mãos frequentemente com água e sabão, manter higiene rigorosa com utensílios domésticos e não compartilhar objetos de uso pessoal.

Sintomas

Os sintomas de meningite incluem febre de início repentino, associada à dor de cabeça, dor ou rigidez de nuca, vômitos frequentes e confusão mental. Em crianças pequenas, esses sintomas podem apresentar-se como choro persistente, irritação, falta de apetite, manchas vermelhas na pele e “moleira inchada”. Na apresentação desses sintomas, deve-se procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima, para avaliação médica, análise preliminar de amostras clínicas do paciente e início de tratamento que deverá ser feito de acordo com o agente causador da doença.

Francine Ferreira – Letícia Wilson e Patrícia Pozzo


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