Olá queridos leitores, espero que estejam bem!
A crise político-econômica afeta todos os setores da economia impiedosamente, forçando os empreendedores a buscarem por soluções muitas vezes radicais para continuarem competitivos num mercado tão volátil.
Mas em muitos casos, nem se trata de crise, economia, mercado, administração, etc., às vezes o caso é simples, sua empresa está “morrendo”, isso mesmo, ela vai deixar de existir se você não fizer nada para mudar isso.
Para explicar melhor, eu trago até vocês, um assunto muito bacana, e importantíssimo para que você entenda uma possível situação que, talvez, esteja passando agora no seu negócio, sua empresa possui um Ciclo de Vida, você já sabia disso? Vamos entender então.
As empresas são “Pessoas Jurídicas”, ou seja, respondem por si próprias através de um administrador, que na maioria das vezes é o empreendedor, ou o empresário. Por isso, podem ser consideradas como organismos vivos porque nascem, crescem e podem morrer, e portanto, elas possuem um ciclo de vida exatamente como nós seres humanos. Esse ciclo é caracterizado por fases que podemos elencar como sendo: Nascimento, Adolescência, Maturidade (idade adulta) e Declínio (velhice).
Vejamos, quando a empresa está sendo constituída com seu registro na Junta Comercial e registro de seu CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – inicia-se a fase de Nascimento. Nesta fase da empresa, em geral a fase de maior entusiasmo (e menores lucros) o empreendedor cria o novo conceito ou produto que vai ser a base da empresa e começa a trabalhar em cima dele. Por enquanto ainda não existe um produto ou serviço propriamente dito, eles estão apenas na imaginação do empreendedor. É nesta fase que o empreendedor assume o compromisso com o negócio, pesquisa formas de administração e planeja seus negócios.
Quando a empresa atinge a adolescência, os produtos ou serviços já estão disponíveis e os negócios parecem bem interessantes. As atividades comerciais tem início nessa fase, começa a entrar o primeiro dinheiro e também aparecem as primeiras contas. Pode ser que a empresa ainda opere no vermelho mas em pouquíssimo tempo começará a dar lucro.
Quando está na adolescência uma empresa ainda não tem disciplina e nem organização suficientes, não existe controle patrimonial, tudo é altamente centralizado e todas as pessoas envolvidas acabam fazendo de tudo, desde atender telefone até trabalhar nos projetos. É importante ter um cuidado especial: o fundador da empresa por causa do sucesso inicial começa a pensar que pode tudo e pode tomar decisões erradas passando por cima dos conceitos fundamentais da administração de empresas, tudo deve ser muito bem pensado senão a empresa não vai chegar a vida adulta.
Quando a empresa atinge sua maturidade, a idade adulta, as funções dentro da companhia já estão bem definidas: o administrador só administra, “fulano” cuida dos projetos e o “ciclano” cuida das vendas, e por ai vai. As vendas também já aumentaram significativamente e começam a surgir as primeiras crises. Já não é mais possível administrar tudo de maneira centralizada e o empreendedor tem que delegar algumas responsabilidades para outros membros da companhia.
Para administrar o nível de complexidade atual, os conceitos fundamentais da administração de empresas e gestão estratégica começam a ser adotados, o controle patrimonial passa a ser necessário e a burocracia passa a ser mais forte.
Já não é mais possível administrar a empresa sem métodos e estratégias bem estabelecidos e a marca da empresa começa a ganhar peso no mercado. Se os conceitos de administração de empresas forem aplicados corretamente, a companhia tem tudo para se tornar uma grande empresa um dia.
Pode-se dizer que quando a empresa atravessa a idade adulta e começa a chegar no seu Declínio, chamada também de “velhice”, ela já está com um tamanho considerável e sua marca é bem forte. A empresa já pode ser chamada de tradicional e em grande parte das vezes a companhia é a líder de mercado.
O dinheiro ganho permitiu que a empresa acumulasse uma enorme quantidade de patrimônio e o total do valor dos seus bens já não pode mais ser determinado com facilidade, então, o controle patrimonial é fundamental e obrigatório.
A liderança que a empresa conquistou no mercado, o seu tamanho, quantidade de empregados e tradição dos produtos são a sua grande força, mas ao mesmo tempo são sua fraqueza: uma empresa com este nível de solidez passa a confiar demais em sí mesma e nos seus produtos, muitas vezes isso impede que ela veja que empresas mais jovens estão lançando produtos e serviços mais sofisticados.
Outra desvantagem das grandes empresas é a sua dificuldade de manobrar, enquanto as empresas pequenas tomam decisões e manobram de modo dinâmico, nas grandes empresas muitas vezes a burocracia impede a evolução. Por isso os teóricos da administração de empresas alertam: a velhice da empresa é um momento muito perigoso para a companhia!
Se a partir desse momento, a empresa não pensar em renovação, não houver um movimento interno nesse sentido, a enorme burocracia e a prepotência vão acabar sepultando a companhia. A partir desta fase da empresa só existem dois caminhos: renovar para recomeçar ou então morrer.
Como exemplo disso, podemos citar a Apple, vejamos um pouquinho da história desta empresa:
Fundada por Steve Jobs em 1976 com o nome de Apple Computer Inc., a Apple foi uma das primeiras empresas do mundo a fabricar e apostar na produção de computadores pessoais.
Devido a energia de seu fundador, as técnicas de administração de empresas avançadas para a época e também a forte inovação tecnológica, a Apple rapidamente ultrapassou seus principais concorrentes e se tornou uma das grandes fabricantes de pequenos computadores da América, conquistando logo em seguida o mundo.
Em 1984, a antiga Apple lança o seu maior sucesso o computador Machintosh.
Mas após colher mais de duas décadas de lucros, no início da década de 90 a Apple começa a perder mercado.
Mas como seria possível, como uma das maiores empresas da década de 80 poderia começar a década seguinte perdendo mercado? A resposta é simples: produtos melhores e mais baratos começaram a tomar o mercado da Apple, novos computadores mais avançados apareceram para desequilibrar a concorrência.
Se nada fosse feito, com certeza o destino da Apple seria a concordata, mas a empresa optou por outro caminho: a Apple optou por inovar! Renovando toda a sua linha de produtos e investindo em design de qualidade e tecnologia experimental, a nova Apple em poucos anos voltou a lançar produtos revolucionários tais como o iPod em 2001 e o iPhone em 2007.
A diferença é que quando chegamos na “velhice” da empresa, temos capital para se reinventar e começar do zero um novo produto, o que torna tudo mais “fácil”, muito diferente de quando começamos um empreendimento. Mas se não pararmos para analisar, identificar, e reconhecer o que o mercado está oferecendo aos consumidores, ficaremos para trás, e acabaremos por perder o negócio que outrora, demos vida e cuidamos para que chegasse até aqui.
A palavra Crise é sinônimo em sua maioria de coisas ruins, mas se separarmos o “trigo do joio”, veremos que dentre os sinônimos estão: alteração, provação, deficiência e carência, e nestas definições, podemos nos agarrar e encontrar a solução.
- Alteração: Altere seu produto, seu negócio, sua forma de ver e ouvir.
- Provação: Faça ensaios, teste, procure o novo.
- Deficiência: Em tempos de crise o mercado é deficiente em muitas coisas, e são nelas que você pode encontrar a solução para seu negócio.
- Carência: Anda de mãos dadas com a deficiência, quando existe deficiência em alguma coisa, existe carência de melhora.
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