Os dados da Secretaria de Estado da Saúde revelam uma baixa adesão à vacinação infantil contra doenças respiratórias. No caso da vacina contra a influenza, a cobertura no público infantil de 6 meses a menores de 5 anos está em 51,5%, com 225.570 crianças vacinadas, enquanto a meta é de 438.155. Em 2021, por exemplo, a cobertura vacinal contra a gripe ficou em 75%. Ou seja, três em cada quatro crianças foram vacinadas no ano passado; contra apenas duas em cada quatro este ano.
Em relação à Covid-19, 48,5% do público-alvo, isto é, 311.978 crianças de 5 a 11 anos, receberam a primeira dose da vacina, mas apenas 191.177, ou seja, 29,7% da meta, retornaram para a segunda dose. Em outras palavras: sete em cada 10 crianças estão com o esquema vacinal incompleto no Estado.
“A baixa imunização expõe esse grupo a um risco elevado de apresentarem casos graves de síndromes respiratórias agudas, que podem levar a hospitalização, necessidade de cuidados intensivos e até mesmo a morte”, alerta o superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário.
A imunização é uma das principais formas de se prevenir doenças. Por meio dela, o corpo fica protegido contra vírus que podem levar à morte. “Uma das provas de que a vacinação funciona é a redução do número de casos graves, hospitalizações e óbitos por Covid-19 desde que alcançamos mais de 85% de cobertura para a população catarinense. Mas, entre crianças, o coronavírus é uma importante causa de fatalidades neste ano. O número de hospitalizações de janeiro a julho já supera o total de registros de todo ano de 2021”, destaca Macário.
Covid-19 em crianças de 0 a 5 anos
- 2020: 9.738 casos, 205 hospitalizações e 8 óbitos;
- 2021: 19.139 casos, 503 hospitalizações e 25 óbitos;
- 2022: 16.547 casos, 527 hospitalizações e 12 óbitos.
Números da imunização da Covid-19 nas regiões
O Alto Uruguai catarinense, com 56,2%, o Extremo Oeste, com 55,5%, e a região de Xanxerê, com 43,3%, apresentam os melhores índices de crianças entre 5 e 11 anos com duas doses da vacina contra a Covid-19.
Já as regiões da Foz do Itajaí (20,6%), Médio Vale do Itajaí (19,1%) e Vale do Itapocu (16,9%) foram as que menos completaram o esquema primário de vacinação nesta faixa etária, ou seja, aplicaram as duas doses.
A vacinação
Para saber os locais, datas e horários de vacinação, a população deve procurar informações junto à Secretaria de Saúde do município de residência.
Pais e responsáveis que estão com dúvidas sobre a situação vacinal dos filhos devem levar a criança ou o adolescente até um posto de saúde, com a carteirinha de vacinação em mãos, para verificar se todas as doses estão em dia.
Um fato muito preocupante: o índice de procura por vacinais tradicionais no calendário e que já contribuíram para a erradicação de doenças graves como a poliomielite está caindo ano a ano. Se essa tendência não for revertida, essas enfermidades podem voltar.