Detentos receberam certificados de cursos profissionalizantes e de conclusão do Ensino Fundamental e Médio.
Para Pedro*, as oportunidades de trabalho e educação oferecidas na Penitenciária Sul são o caminho para uma nova vida pós-cárcere, longe do crime. “Foi uma chance muito importante e é por meio dela que vamos conseguir emprego e reestabelecer nossos laços com a família e a sociedade. Sair daqui com um diploma na mão fará toda a diferença. É o certificado que vai ajudar a nos inserir no mercado de trabalho”, enaltece.
Além dele, outros 105 detentos receberam, em uma solenidade realizada nessa terça-feira, 20, em Criciúma, seus certificados de conclusão dos cursos profissionalizantes fornecidos na unidade prisional. Em relação à formação profissional do Instituto Federal de Educação (IFSC) de Santa Catarina, cinco detentos receberam certificados de pintor, cinco para pedreiro, nove para operador de linha de produção, 17 em montador de esquadrias e 19 em montador de equipamentos eletroeletrônicos, totalizando 55 presos.
Além disso, outros 12 reeducandos concluíram os cursos de panificação, almoxarife e operador de computador do Programa Nacional de Ensino Técnico e Emprego (Pronatec); e a Penitenciária Sul ainda ofereceu uma formação profissional de Manipulação de Alimentos para 18 detentos. Na área da educação escolar, oito reeducandos receberam certificado do Ensino Médio (Enem) e 13 do Ensino Fundamental (Encceja).
O mais importante para o sucesso do projeto, conforme a diretora da Penitenciária Sul, Maira Aguiar Montegutti, é a aceitação e procura dos próprios detentos. “Tanto que às vezes ficamos até surpresos. Quando vamos montar um curso, tem bastante detento querendo participar, o que demonstra que eles realmente querem mudar. Por isso continuamos batalhando para ampliar as opções”, argumenta.
Para a reitora do IFSC, Maria Clara Kaschny Schneider, a parceria cumpre a missão da instituição de modo pleno. “É um projeto de inclusão e transformações para uma parcela da população que precisa ressocializar, e para que isso seja possível, é fundamental que eles tenham uma formação”, concluiu a reitora garantindo que o Instituto Federal vai manter a parceria em outras penitenciárias e presídios de Santa Catarina.
Números positivos em toda SC
Desde 2011, a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania já formou 3,8 mil presos em cursos profissionalizantes e 5,4 mil em educação formal (ensino médio e fundamental). “Oportunidades de capacitação são determinantes para a reinserção do reeducando na sociedade e no mercado de trabalho. Muitas pessoas não tem acesso a um diploma e esta é uma chance para uma mudança efetiva”, comentou o gerente de Trabalho e Educação da SJC-SC, Fábio Ramos.
*O nome do personagem é fictício para preservar a identidade do apenado