Mais de 630 crianças já nasceram nos três primeiros meses de atividades da nova maternidade do Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC), em Criciúma. Referência para nascimentos na Região Sul catarinense, via Sistema Único de Saúde (SUS), a capacidade da unidade é de 300 partos mensais.
A nova ala para maternidade e clínica cirúrgica feminina foi inaugurada em 1º de dezembro mas foi no dia 17 daquele mês, após trabalhos de higienização, testes de equipamentos e capacitação de profissionais, que a pequena Esther, com 47 centímetros e pesando 3,092 quilos, abriu os trabalhos do tão-esperado serviço do HMISC, unidade hospitalar administrada pelo Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas) em parceria com o Governo do Estado.
A dona de casa Daniele Vefago Soares, moradora do Bairro São Luiz, em Criciúma, recorda, emocionada, do dia em que ingressou no HMISC e foi recebida pela equipe. Após o parto, ela permaneceu dois dias ainda com a filha Esther no hospital e revela que essas primeiras horas fizeram muita diferença.
Conta que o nascimento do primeiro filho há seis anos, foi muito diferente e ela se sentia insegura com relação ao segundo parto. “A equipe me tranquilizou e o ambiente e atendimento foram especiais. Acho que nem em um hospital particular eu teria sido tratada daquela forma”, elogia a mamãe.
Enquanto Esther ganhou peso e carinho em casa com os pais Daniele e Odair e maninho Jorge, quase 3 mil atendimentos foram realizados pela equipe do Santa Catarina no novo espaço. E 627 partos foram realizados, absorvendo principalmente a demanda do Hospital São José.
Entre gêmeos e trigêmeos, 319 meninas e 312 meninos nasceram na nova maternidade – o mês de janeiro foi recordista com 186 nascimentos. “Fomos encaminhados ao Santa Catarina (HMISC) pelas mãos de Deus. Este doutor Leon (Iotti) e sua equipe são maravilhosos”, lembra a mãe da Esther, citando o pediatra que naquele 17 de dezembro completava 36 anos de medicina e uma história que conta mais de mil partos somente em Santa Catarina.
Transformação
Nos últimos anos, o HMISC já funcionava como pronto-atendimento e UTI neonatal, porém a ala materna nunca havia funcionado. O doutor Leon Iotti acompanhou tudo. “Nosso hospital sempre foi referência em atendimento humanizado. Ele sempre fez a diferença pela vontade ímpar que sua equipe sempre teve, lutando contra muitas dificuldades estruturais. Agora com esta ala moderna e toda a estrutura que precisamos, o HMISC é, sem dúvida, referência para todo o Sul do Estado”, destaca.
O ex-secretário estadual da Saúde, Acélio Casagrande, que ocupou o cargo até o final do ano passado, também foi testemunha de momentos importantes do HMISC. Hoje secretário executivo da Associação de Municípios da Região Carbonífera (Amrec), Casagrande era secretário de Saúde de Criciúma na ocasião em que a unidade hospitalar passou de privado para público, em 1986.
E em dezembro de 2018, quando a gestão passou do município para o Estado, Casagrande estava à frente da pasta estadual. “É como se fosse meu filho, pois sempre estive muito próximo dele nos momentos mais importantes”, resume.
Investimento
Mais de R$ 5,4 milhões foram investidos pelos governos municipal e estadual e o hospital que contava com 39 leitos ganhou mais 70 sendo 24 da maternidade, com alojamento conjunto para mães e bebês, seis na UTI Neonatal, um de isolamento da maternidade, 24 na clínica da mulher, um de isolamento na clínica da mulher, quatro de observação pós-anestésicos e dez de cuidados intermediários.
A capacidade é realizar 300 partos por mês – hoje, a média está na faixa dos 210 procedimentos mensais. “A ala nova é muito moderna, muito bem equipada e estruturada e isso conta muito no atendimento à população. E tem também um potencial muito grande para evoluir”, observa o doutor Leon Iotti.
A equipe à frente dos trabalhos é formada por 58 técnicos, sendo 55 mulheres. As obras executadas no HMISC também contemplaram a ampliação da Central de Material Esterilizável (CME), reforma da rede elétrica do hospital, reforma de seis leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal no antigo prédio, reforma do refeitório, construção da cozinha, compra de equipamentos, instalação de torre de vídeo para cirurgias ginecológicas e pediátricas e reforma do consultório para gestantes.