Enfim, vieram as duas primeiras vitórias do Criciúma na Série B do Campeonato Brasileiro. Mais do que os seis pontos contra Avaí e Paysandu, os triunfos dão um respiro para o time na luta contra o rebaixamento e transmitem um pouco de confiança ao torcedor, tão maltratado nos últimos tempos.
O que mais chamou a atenção nas duas vitórias, porém, foi a característica “camaleônica” do time de Mazola Júnior. Tanto contra o Leão, como contra o Papão, a equipe soube se adaptar ao adversário e ao que a partida propôs para arrancar a vitória.
Basta comparar as estatísticas para percebemos essa situação: contra o Avaí, o Criciúma trocou menos passes (297, com 67% de precisão) do que contra o Paysandu (359, com 75% de precisão). Em finalizações, foram 15 contra os paraenses e 11 diante dos florianopolitanos. Nos chutes de dentro da área, porém, veio a maior surra: contra o Papão foram 11 e contra o Leão apenas um – o gol da vitória. Todos os dados são do Sofascore.
Curiosamente, tanto Avaí, quanto Paysandu possuem estilos de jogo parecidos, a começar pelo sistema tático, o 3-4-3. Além disso, ambos presam pelo jogo sem a bola, explorando os desarmes na faixa central para rápidos contra-ataques pelas pontas. Isso foi neutralizado nas duas partidas e o Criciúma fez os dois times precisarem da bola para jogar. Tirando os adversários da zona de conforto, o Tigre se aproveitou e venceu.
Pela frente vem o Boa Esporte, que venceu só uma Série B e foi exatamente fora de casa – contra o Goiás. De semelhante aos últimos dois desafios somente o fato de querer jogar sem a bola. A diferença fundamental é que tanto Avaí, quanto Paysandu possuem modelos de jogo mais consolidados e o “jogar sem a bola” nada mais é que uma estratégia para tentar vencer. Imagino o time mineiro também sem a bola, mas para tentar arrancar um empate no Heriberto Hülse. Surge pela frente um desafio diferente que o Tigre camaleônico de Mazola Júnior terá de encarar.