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Ter muito sono pode ser um sinal de alerta

sono

Especialista explica que a privação de sono, desequilibra as funções do corpo e pode acarretar problemas cardiovasculares.

Sabe aqueles cinco minutos a mais de sono, que muitas pessoas precisam ter todos os dias, assim que o relógio “insiste” em tocar? Pois bem, os “cinco minutos a mais”, não são sinônimo de preguiça. De acordo com estudos, acordar cansado, mesmo com uma quantidade de horas de sono considerada adequada, é sinal de alerta.

Segundo o médico pneumologista do Hospital São José, Dr. Fabio Souza (CRM-14039/RQE-11800), especialista em medicina do sono, se a pessoa dormia bem com sete horas de sono e a partir de determinado momento não apresenta mais o sono reparador, necessitando de mais cinco minutos do soneca no despertador, provavelmente essa pessoa apresenta algum distúrbio do sono.

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“O primeiro passo é ver se esta pessoa não está privada de sono. Ou seja, deveria dormir sete horas todas as noites e está dormindo quatro horas (privação de sono) e, portanto vai acordar cansada necessitando dormir mais. Se mesmo com as sete horas de sono (adequadas para esta pessoa) acorda cansada com sono, então deve procurar um especialista”, explica Souza.

Todas as pessoas necessariamente, precisam ter uma média considerada dentro do padrão normal populacional de sono, que é de sete a oito horas de sono por dia. “Existem dois grupos que são minoria na população, os dormidores longos (exemplo mais do que 10 horas de sono) e dormidores curtos (menos de 4 horas). Na dúvida de identificar se tem algum distúrbio do sono, se a porcentagem dos estágios do sono é considerada normal ou não, é indicado realizar a polissonografia (exame do sono)”, completa.

O tempo de sono necessário modifica de acordo com a idade. Pessoas mais velhas por exemplo, é comum terem menos horas de sono e também dormirem mais cedo e acordarem mais cedo. Já as crianças, geralmente dormem mais tempo do que os idosos.

O sono tem uma função importantíssima para a vida do ser humano; reparador, o sono é necessário para nos mantermos alerta e para que possamos desempenhar as atividades do dia de maneira adequada. Dr. Fabio explica, que existem hormônios que são secretados principalmente em estágios do sono, como o hormônio do crescimento (GH) que é secretado na fase três de sono (sono profundo, de ondas deltas). “O sono serve para manter a condição de estabilidade cuja qual o organismo precisa para realizar suas funções de forma adequada para manter o equilíbrio do corpo. Este equilíbrio é fundamental para uma vida saudável”, explica.

Quando temos interferências na hora do sono

É verdade que noites “mal dormidas”, afetam nossa rotina diária.

De acordo com o especialista, uma má noite de sono vai repercutir no dia seguinte. Alteração do humor, pior rendimento no trabalho, sonolência durante o dia, risco de acidentes automobilísticos. “Todos estes fatores são comprovados no efeito de uma noite mal dormida.

Pacientes com insônia e pacientes com apneia obstrutiva do sono, que é a parada ou diminuição temporária da respiração várias vezes durante o sono; apresenta maior risco cardiovascular por dormirem mal. Imagine um paciente com distúrbio do sono que dorme mal todas as noites, esta situação torna-se certamente um problema. Na apneia obstrutiva do sono, ainda há um agravante que quando fecha a garganta cai o oxigênio, apresenta ainda, maior risco cardiovascular (hipertensão, coração inchado, arritmia, derrame cerebral). Estes são fatores que precisam ser avaliados com muita atenção e cuidado”, alerta Souza.

As horas de sono

O ser humano tem um número limite de horas de sono necessárias para manter sua qualidade de vida. O especialista também aponta que se perdemos horas de sono, o organismo vai chegar em um momento em que não aguenta mais e necessita dormir. Tentar compensar com mais horas de sono não vai ajudar de maneira efetiva. “É importante sempre, analisar cada caso para ver se não apresenta distúrbio do sono (o tratamento é bem específico para cada doença- insônia, apneia obstrutiva do sono, movimento de pernas, sonambulismo, transtorno comportamental do sono REM), explica.

Muito sono é sinal de alerta. Alterações orgânicas devem ser pesquisadas como: hipotireoidismo, asma, etc. Se o sono não vai bem e apresenta muito sono esta é a principal indicação de polissonografia (exame do sono) e avaliação com médico especialista em sono. Dormir pouco também prejudica a vida das pessoas, pois pode aumentar a atividade simpática (aumentando a frequência cardíaca e até mesmo com níveis de pressão maiores levando a hipertensão).

Hoje, já existem existe a especialidade Medicina do Sono para avaliar a qualidade do sono do paciente e diagnosticar estes distúrbios.

É importante ressaltar, que existem mais de 100 doenças que ocorrem durante o sono. Muitas destas, são diagnosticadas pelo principal exame do sono que é a polissonografia (exame que passa a noite no laboratório do sono).

Francine Ferreira – Kátia Farias


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