Santa Catarina conta com 226 leitos de UTI Neonatal, sendo 174 públicos e 52 privados. A quantidade é acima do parâmetro estabelecido pela Portaria 930 de 2012, do Ministério da Saúde, que preconiza dois leitos de UTI Neonatal para cada 1000 nascidos vivo.
“Em Santa Catarina nascem em torno de 100 mil crianças por ano. Isso significa que são necessários 200 leitos de UTI Neonatal. Como temos 226, o Estado está acima do recomendado”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Acélio Casagrande.
Dos leitos públicos em SC, 144 são custeados pelo Ministério da Saúde (MS) e 30 com recursos do Governo do Estado. Além destes, o Hospital Regional de São José (HRSJ) contará em breve com mais 10 leitos, também custeados com recursos do tesouro estadual.
IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL
O secretário destaca que a ocupação leitos de UTI Neonatal pode ser diminuída com ações relacionadas ao acompanhamento das mulheres no pré-natal e na atenção ao parto. “Nos últimos anos, mais de 73% das mulheres tiveram sete consultas ou mais durante a gestação. Mesmo assim, ainda cerca de 11% das crianças nascem prematuramente”, observa Casagrande.
Esta prematuridade, segundo o secretário, em grande parte dos casos está relacionada a intercorrências na gestação como infecção urinária, hipertensão e também às cesarianas eletivas agendadas. Apesar de registrar redução a cada ano, a taxa de cesariana em 2016 em Santa Catarina foi de 57,7%.
Este é um índice ainda alto, pois a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma taxa desejável de até 15% dos partos cirúrgicos, enquanto o Ministério da Saúde (MS) estabelece uma meta de 35% para os hospitais de referência que atendem gestação de alto risco.
REDE CEGONHA
Preocupada em alcançar os índices preconizados pela OMS e MS, a Rede Cegonha, implantada em 2013 no Estado, vem promovendo ações para a melhoria destes indicadores. “Uma das ações é o projeto Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (APICEON) envolvendo a Maternidade Darcy Vargas (Joinville), Maternidade Carmela Dutra e Hospital Universitário (Florianópolis) e o Hospital Nossa Senhora da Conceição (Tubarão).
“O projeto tem a parceria do Ministério da Saúde e envolve estes quatro hospitais de ensino que estão sendo preparados para serem multiplicadores de práticas baseadas nas melhores evidências científicas de atenção ao parto e nascimento”, complementa Carmen Delziovo, coordenadora do Grupo de Condução Estadual da Rede Cegonha.