Você já leu algum livro do escritor brasileiro Raphael Montes? Suicidas é seu primeiro livro e o autor ousa contando a história de uma roleta russa realizada entre nove jovens de diferentes classes sociais e que as relações entre eles são a maioria superficiais. Como esse esquema foi montado? O que realmente aconteceu naquela noite? O que levou cada um a decidir cometer suicídio junto com pessoas conhecidas? Tudo isso está bem construído nesse livro que tem reviravoltas e que provoca o leitor a ficar até o final.
A história é narrada em primeira pessoa pelo personagem Alessandro e ele descreve dois momentos: alguns acontecimentos de antes e o que acontece durante a roleta russa. Além disso, há ainda um terceiro momento na narrativa, que é uma reunião em uma delegacia entre as mães dos que cometeram suicídio, um ano depois das mortes, para escutarem o livro escrito por Alessandro durante aquela noite, narrando todos os fatos.
Isso mesmo, o personagem Alessandro escreveu em tempo real o que estava acontecendo durante a roleta russa. A sequência de quem foi morrendo, como foram as reações, alguns segredos revelados naquele porão da casa de campo e comportamentos que revelam essências e desesperos dos participantes. E tem mais um detalhe, Alessandro não foi o último a morrer, então como saber o que aconteceu até o final?
As partes do livro que contam episódios de antes do dia da roleta russa são bem amarradas para que os personagens sejam conhecidos e para entender como e porque decidiram participar, deixando a trama bem alinhada.
Suicidas é um livro forte. Em dois momentos quase desisti da leitura, mas dei um tempo e retomei porque fiquei muito curiosa para saber o quanto o autor ousou em sua narrativa que vai seguindo um rumo nada esperado, nem pelos personagens, muito menos pelos leitores. Esteja preparado para este livro.