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O “sobe e desce” do futebol catarinense não se sustenta

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Na década de 1990, parecia que o futebol catarinense estava pronto para começar a entrar nos círculos antes dominados pelos “grandes clubes” do resto do Centro-Sul brasileiro. O título da Copa do Brasil conquistado pelo Criciúma em 1991 seria o que muitos esperavam como a primeira nota de que esta transformação estava apenas começando.

Entretanto, não foi assim que se seguiu o curso. Mesmo com o próprio Criciúma conseguindo em 1992 realizar uma campanha até hoje histórica na Copa Libertadores – em que chegou às quartas de final para ser eliminado pelo eventual campeão continental e também mundial São Paulo – e depois com o Figueirense levantando o Torneio Mercosul, que incluiu times de quase toda a América do Sul, em 1995, o gás de outrora acabou sendo perdido.

Houve ainda, no intervalo entre os anos de 2009 e 2011, um módico respiro de esperança surgindo da capital Florianópolis graças ao Avaí. O sexto lugar no Brasileirão levou o time à disputa da Copa Sul-Americana em 2010, da qual foi dispensado pelo finalista Goiás nas quartas de final. E, no ano seguinte, na Copa do Brasil, chegou às semifinais contra o eventual campeão Vasco.

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E, em tempos já mais recentes, vieram Joinville e Chapecoense para encher novamente de esperança o futebol estadual. O primeiro, após um trabalho hercúleo de reformulação, conseguiu ascender da Série C para a Série A, ganhando o título da terceira divisão em 2011 e o troféu da Série B em 2014. Já a Chapecoense, que se lançou em um programa de gestão tão inovador quanto, conseguiu chegar à Série A e também às competições continentais.

Só que, mais uma vez, parece que o gás está acabando. O Joinville, após o imediato rebaixamento da Série A em 2015, chegou à Série D no ano passado e por lá ficou. Enquanto a Chapecoense, reconstruída após a tragédia ocorrida em 2016, tem se encontrado em maus lençóis no Brasileirão. Nos jogos de apostas da Betfair, o time é considerado um dos últimos favoritos ao título do campeonato – o que se traduz em grandes chances de rebaixamento.

Frente a uma situação como essas, o que se pergunta é como reverter tal quadro. Olhando as notícias sobre os clubes, fica claro que o “sobe e desce” deles está muito relacionado a gestões que mudam às vezes por conta de caprichos políticos e desavenças internas sem considerar o que ocorre no campo. Usando um paralelo do sudeste, é o que aconteceu com o Fluminense, que se viu campeão brasileiro em 2010 e em 2012 e, depois, brigando contra o rebaixamento já a partir de 2013.

Esse “sobe e desce” acaba sendo insustentável. A situação do Joinville atualmente é de cortar o coração, considerando a promessa que o time carregava. Mesmo que a sua ida ao primeiro escalão do futebol brasileiro não tenha sido lá tão bem-sucedida, não poderia se imaginar ali que o time iria entrar em tão marcado declínio. Mas assim se fez a história.

A Chapecoense, por sua vez, que se vê quase sempre em risco de rebaixamento desde que subiu à Série A, sempre encontra uma forma de se salvar. Seja por meio de resultados inesperados contra os grandes times do Brasil, incluindo um recente empate em 3 a 3 contra o Grêmio na arena do seu adversário em Porto Alegre, ou fazendo da própria Arena Condá uma verdadeira fortaleza, o time consegue sair dessas situações. Mas isso é algo que também não se sustenta.

É preciso encontrar uma forma de estabilizar o futebol destes clubes que têm grande força no estado, mas que não conseguem ainda projetar isso ao nível nacional. É uma questão a ser pensada não só pelos gestores e diretores dos clubes, mas também por fãs e outras partes interessadas que querem ver o futebol catarinense alçar voos mais altos do que os atuais.


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