Especialidade é a primeira no levantamento feito pela Secretaria de Saúde que pretende aproximar pacientes do tratamento requerido sem o uso do Transporte Fora do Domicílio.
Uma portaria do Ministério da Saúde vem garantindo desde de fevereiro de 1999, o acesso de pacientes a consultas, exames e tratamentos, oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas que não são realizados no município de residência. O Tratamento Fora do Domicílio (TFD) é quem fornece o transporte, arcando com as despesas do trajeto.
Em Criciúma, são realizadas aproximadamente 120 viagens por mês, nas duas modalidades de TFD, para outros municípios dentro e também fora de Santa Catarina. Quem determina para onde será encaminhado o paciente é a Secretaria de Estado da Saúde.
São cerca de 77 pacientes por mês que viajam para a primeira consulta. Para retorno e acompanhamento o número sobe para 280. A média está em torno de 350 pacientes utilizando o serviço todos os meses. Os dados são de um estudo realizado pela Secretaria de Saúde, em novembro de 2017, a pedido do prefeito Clésio Salvaro.
“Observamos que os números refletiam um desconforto ao cidadão, já que esse deslocamento, às vezes, gera um dia inteiro na estrada. Eles deixam a cidade de madrugada para realizar o procedimento. Agora teremos um pouco mais de comodidade, como no caso dos atendimentos de otorrino”, justifica o prefeito.
O estudo apontou que o fluxo de ambulancioterapia era maior para pacientes de Otorrinolaringologia que utilizam os serviços auditivos. Quinze para primeira consulta e 45 retornos, uma média de 60 pessoas por mês. Para essa especialidade, a Secretaria Municipal de Saúde encontrou uma alternativa satisfatória.
Os médicos Filipe Trento Búrigo e Rafael Búrigo Locks, ambos otorrinolaringologistas, foram credenciados pela Secretaria de Estado da Saúde para realizar, em Criciúma, o diagnóstico, acompanhamento e tratamento de pacientes com perda auditiva, relacionados a aparelhos e próteses auditivas.
O consultório Audiosul, no bairro Cristo Redentor, já está em fase final e deve ficar pronto até o fim de setembro, com capacidade para atender as regiões da Amrec e Amesc. “Idosos e crianças são os que mais utilizam os serviços auditivos. Agora, esse atendimento poderá ser feito na própria cidade, com rapidez, agilidade e sem transtornos”, comemora a secretária de saúde, Francielle Gava.
Para as demais especialidades a Prefeitura de Criciúma busca soluções, a fim de aproximar o paciente do tratamento requerido. Ainda em tramitação, os atendimentos de oftalmologia, como glaucoma, devem ser encaminhados ao Hospital Regional de Araranguá.
As cirurgias bariátricas também deverão ser encaminhadas para Araranguá. O procedimento é realizado, atualmente, no Hospital Universitário, em Florianópolis. Para a cirurgia, o protocolo exige que o paciente seja encaminhado à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e o Hospital Regional de Araranguá é o único na região que oferece UTI sem alta complexidade, visando acelerar as filas de espera.
“Nosso objetivo é sempre trazer para Criciúma, mas caso não seja possível, já é uma vitória conseguirmos trazer para mais perto. Pelo estado está tudo definido, estamos esperando o aval do Ministério da Saúde”, adianta a secretária.
Na Cardiologia Pediátrica são encaminhados mensalmente para o Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, de 12 a 15 pacientes para primeira consulta e oito retornos. “Entramos em contato com todos os municípios da Amrec e Amesc e não encontramos profissional com esta habilitação. Vamos continuar tentando e assim que encontrarmos, vamos buscar credenciar esse serviço”, garante.
Economia para os cofres públicos
Pleitear serviços de saúde para Criciúma e municípios próximos foi motivado pelo desejo de trazer comodidade e agilidade aos pacientes. Entretanto, a medida deverá refletir nos cofres públicos, gerando economia. Todos os meses, o Ministério da Saúde, por meio do Fundo Nacional de Saúde, contribui com R$ 7.800 para o Tratamento Fora do Domicílio (TFD). Mas o valor não cobre nem 10% das despesas mensais.
Cada viagem custa para o município cerca de R$ 715,00. Neste valor consta o salário e a diária do motorista, eventuais horas extras ou emergências com o veículo durante o trajeto, e o combustível. Os custos chegam a alcançar R$ 84 mil/mês.