Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes promove semana informativo aos colaboradores.
Um gesto tão nobre quanto o de salvar vidas não poderia passar em branco. O reconhecimento às pessoas que autorizam a captação de seus órgãos foi lembrado nesta semana, no dia 27 de setembro – Dia do Doador de Órgãos.
A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital São José, trabalha durante todos os dias do ano com a divulgação de informações, sobre a importância deste gesto; uma forma de trazer conscientização as pessoas.
Por isso, dando continuidade a este trabalho, durante esta semana, algumas ações estarão sendo realizadas dentro do Hospital para informar aos colaboradores sobre a importância de se tornar um doador de órgãos.
O foco é a desmistificação de preconceitos que grande parte das pessoas tem com a doação de órgãos. Isso porque a demanda por órgãos é sempre grande no Estado. Em 2011 a CIHDOTT do Hospital São José abriu 26 protocolos para captação de órgãos, e apenas 12 foram efetivados. Em 2012, 17 protocolos abertos e nove captações, no ano de 2013, 19 protocolos e 11 captações, já em 2014, nove captações e 26 protocolos de morte encefálica abertos. Este ano já foram realizadas 12 captações de órgãos e 26 protocolos foram abertos.
A captação ocorre a partir da confirmação da morte encefálica. Justamente neste ponto está uma dúvida: se é possível tercerteza dela. A Central de Transplantes de Santa Catarina (SC Transplantes) garante que sim. O diagnóstico de morte encefálica é reconhecido pela comunidade científica há mais de 40 anos e regulamentado pelo Conselho de Medicina desde 1997.
“O protocolo funciona da seguinte maneira: após a busca ativa, realizada pelas profissionais da CIHDOTT, o potencial doador é identificado, assim que o médico faz o diagnóstico de morte encefálica, é comunicado os familiares da abertura do protocolo. Neste processo são realizados três tipos de exames confirmatórios. Após todo este processo é informado a família quanto a morte encefálica; somente depois de todas as etapas concluídas, enfermeiras da CIHDOTT avaliam a possibilidade de realizar uma entrevista familiar para doação de órgãos”, explica Daniela Luiz representante da CIHDOTT do Hospital São José.
Dois médicos de diferentes áreas, um neurologista e um neurocirurgião, examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar que confirme os testes clínicos, não deixando qualquer dúvida quanto ao diagnóstico.
Em alguns casos, os membros da família temem quanto a aparência física do ente querido, após a retirada dos órgãos. Os familiares receiam que o corpo fique deformado, o que é um mito. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra, e o doador terá o corpo recomposto como se estivesse sido submetido a qualquer outro procedimento, sem mutilações.
Santa Catarina é o Estado com maior destaque em captações e transplantes. Criciúma, por meio do trabalho da CIHDOTT do Hospital São José e de outros hospitais da região, contribui consideravelmente para o ranking estadual. “A informação é fundamental para ocorrerem as doações. Conversar em casa sobre sua vontade, é a única forma atualmente, de fazer com que a família saiba da vontade da pessoa em ser doador”, explica Daniela.
A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do HSJosé trabalha divulgando a importância do gesto, dentro e fora do hospital com palestras e ações informativas em escolas, Universidade e mídia, buscando sempre incentivar as pessoas a se tornarem um doador de órgãos.
Fila para transplantes diminuiu
Segundo dados do Ministério da Saúde, nos últimos cinco anos, o país reduziu a quantidade de pacientes que aguardavam por um transplante de órgão. Os dados do primeiro semestre de 2014, apontaram que 37.736 pessoas seguiam na lista de espera, contra 64.774 em 2008, o que representa uma queda de 41,7%.
Para ser um doador de órgãos, você precisa avisar seus familiares, sobre sua intenção. Um único doador pode salvar até 10 vidas. Em vida é possível doar rins, parte do fígado, pulmão e medula óssea. No caso de doadores falecidos, com a constatação de morte encefálica, é possível doar fígado, rins, pâncreas, córneas, coração, ossos, válvulas cardíaca e até pele. Porém as doações só podem acontecer com a autorização dos familiares.