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Secretaria da Saúde repassa cuidados necessários para pessoas afetadas com as chuvas

enchente

O secretário de Estado da Saúde, Vicente Caropreso, e o superintendente de Vigilância em Saúde, Fábio Gaudenzi, concederam entrevista coletiva à imprensa na tarde dessa terça-feira, 6, para falar sobre as medidas que estão sendo adotadas na prevenção de doenças e agravos decorrentes de enchentes e alagamentos provocados pelas fortes chuvas dos últimos dias, e que já causaram danos às populações de mais de 88 municípios catarinenses.

“Queremos minimizar as consequências de danos à população”. Estamos com o time totalmente escalado e sintonizado com as regiões onde estão acontecendo os fenômenos naturais mais intensos”, afirmou o secretário no encontro com os jornalistas, realizado na sede da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive). Participaram também da coletiva o secretário adjunto para Assuntos Finalísticos, Murillo Capella, e a diretora da Vigilância Sanitária (DVS), Raquel Bittencourt.

A equipe da Secretaria de Estado da Saúde (SES) mantém contato permanente com a Defesa Civil, bem como os serviços de emergência e os prefeitos e gerentes regionais de saúde das localidades mais afetadas para um pronto atendimento às ocorrências, seguindo regulamentação internacional elaborada pelos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU).

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“Detectamos problemas que foram logo sanados, como o da Rede de Frio de Rio do Sul que corria o risco de ficar sem energia elétrica, comprometendo a qualidade de medicamentos e vacinas, avaliados em R$ 2 milhões. Colocamos um gerador à disposição e, também, um veículo 4X4 para o transporte de pessoas e medicamentos na cidade”, exemplificou o secretário Caropreso.

Afogamentos, lesões corporais, choques elétricos, acidentes com animais peçonhentos e doenças como tétano, respiratórias e alimentares são alguns dos riscos a que são submetidas as populações atingidas por enchentes e inundações. “O principal risco é o de contrair leptospirose, transmitida aos seres humanos pelo contato com água ou lama contaminadas pela urina de animais como ratos e camundongos. Quando não diagnosticada e tratada em tempo, essa doença pode levar a óbito”, afirmou o médico infectologista e superintendente de Vigilância em Saúde, Fábio Gaudenzi.

O médico também reforçou que as pessoas que sentirem febre, dor de cabeça e dores no corpo devem procurar imediatamente um serviço de saúde e informar que tiveram contato com água ou lama de enchente. “O tratamento para leptospirose será logo iniciado para evitar que a doença evolua para as formas mais graves”, complementou Gaudenzi.

Atenção aos desalojados

A SES também monitora os abrigos. Além de levar medicamentos de uso contínuo, as equipes da saúde também prestam orientações de higiene e segurança para a prevenção de doenças respiratórias, potencialmente transmissíveis em locais onde há aglomeração de pessoas. Entre elas, cita-se a Influenza, meningites, difteria, coqueluche, varicela, tuberculose e outras.

Outra ação recorrente é o fornecimento de hipoclorito de sódio aos municípios para distribuição às famílias atingidas, com orientações de como proceder a desinfecção da água para consumo. “Nossa maior preocupação é com as residências que são abastecidas por poços artesianos. Orientamos a limpeza dos poços e o uso do hipoclorito de sódio na água usada para consumo”, explicou Raquel Bittencourt, diretora da Vigilância Sanitária.

Importante, ainda, que todo o alimento que tiver tido contato com as águas de enchentes seja descartado. O consumo de água e de alimentos contaminados pode provocar as chamadas doenças de transmissão hídrica e alimentar (DTHA), como diarreia, cólera, febre tifoide, meningites por enterovírus e hepatites A e E.

Na página da Dive sobre enchentes estão reunidas todas as informações e orientações aos serviços de saúde e à população.

Medidas de prevenção

  • Evite contato com água ou lama de enchentes e não deixe que crianças brinquem no local.
  • Use botas e luvas quando trabalhar em áreas com água possivelmente contaminada, como é o caso de alagamentos.
  • Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulho e esgoto devem usar botas e luvas de borracha para evitar o contato da pele com água e lama contaminadas. Se isso não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés.
  • Quando as águas baixam é necessário retirar a lama e desinfetar as casas, sempre se protegendo com luvas e botas. O chão, paredes e objetos devem ser lavados e desinfetados com água sanitária, na proporção de dois copos (400 ml) do produto para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 10 minutos.
  • Jogue fora alimentos e medicamentos que tiveram contato com a água dos alagamentos.
  • Lembre-se que serpentes, aranhas e escorpiões podem estar em qualquer lugar da casa, principalmente em locais escuros. Nunca coloque as mãos em buracos ou frestas. Use ferramentas como enxadas, cabos de vassoura e pedaços compridos de madeira para mexer nos móveis. Bata os colchões antes de usar e sacuda cuidadosamente roupas, sapatos, toalhas e lençóis.
  • Em caso de encontrar animais peçonhentos dentro da residência, afaste-se lentamente, sem assustá-los. E nunca pegue com as mãos animais peçonhentos, mesmo que pareçam estar mortos!
  • Como agir em caso de mordedura de animais peçonhentos:
  • O acidentado deve procurar imediatamente um serviço de saúde, para que seja devidamente atendido. O tratamento deve ser sempre administrado por profissional habilitado e, de preferência, em ambiente hospitalar.
  • NUNCA se deve chupar o local da picada. Não é possível retirar o veneno do corpo, pois ele é rapidamente absorvido pela corrente sanguínea.
  • Não amarre o braço ou a perna picada porque isso dificulta a circulação do sangue, podendo produzir necrose ou gangrena.
  • Não corte o local da picada. Alguns venenos produzem hemorragia e o corte aumentará a perda de sangue.
Francine Ferreira – Letícia Wilson / Patrícia Pozzo


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