Moluscos de Santa Catarina estão livres da toxina diarréica. Nesta quarta-feira, 20, a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) liberaram a retirada, a comercialização e o consumo de ostras, mexilhões, vieiras e berbigões da última área de cultivo que permanecia interditada em Paula, São Francisco do Sul. A partir de agora todas as áreas de cultivo de moluscos bivalves estão desinterditadas e os moluscos podem ser consumidos em segurança.
Este foi o fenômeno de maré vermelha mais longo e mais intenso que já passou pelo Litoral de Santa Catarina. Para preservar a saúde pública e evitar a intoxicação alimentar de consumidores de moluscos, a Secretaria da Agricultura e a Cidasc decidiram, no dia 26 de maio, interditar todas as áreas de cultivo do Estado. Segundo o secretário adjunto da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, o monitoramento e a interdição do Litoral foram a melhor alternativa para beneficiar os consumidores e também preservar a imagem da maricultura catarinense.
Ao longo dos últimos dias, após análises e respeitando os critérios técnicos, as áreas foram gradativamente liberadas. “Comprovamos que os maricultores produzem com qualidade e respeitando todos os critérios técnicos em prol da saúde pública. Felizmente a maré vermelha passou e o Governo do Estado e setor produtivo podem tirar preciosas lições para futuros eventos dessa natureza”, destaca o secretário adjunto.
Para fortalecer a maricultura, a Secretaria da Agricultura, Cidasc e setor produtivo constituíram dois grupos de trabalho, que poderão sugerir melhorarias nas normativas e a criação de mecanismos para apoio aos maricultores. “A maré vermelha certamente ocorrerá novamente em algum momento, a maricultura corre esse risco e nós precisamos estabelecer medidas de mitigação de prejuízos, como já acontece com outros setores da agropecuária”, afirma Spies.
A toxina diarréica é produzida por algumas espécies de microalgas que vivem na água, chamadas de Dynophysis, e quando acumuladas por organismos filtradores, como ostras e mexilhões, podem causar um quadro de intoxicação nos consumidores. Essa espécie de alga ocorre naturalmente no mar e só causa problemas com o aumento da sua concentração e por isso a sua presença e os níveis de toxina são regularmente monitorados pela Cidasc no Litoral. Os últimos episódios de excesso de DSP no Estado aconteceram em 2014, 2008 e 2007.