O programa do Governo do Estado para incentivar os investimentos em geração de energia de fontes limpas e renováveis, o SC+Energia, completou dois anos. Neste período, 90 empreendimentos foram cadastrados e, quando estiverem em atividade, produzirão mais de 3,1 gigawatts (GW). “O segmento está em ascensão em todo o mundo e gera mais de 10 milhões de empregos, sendo um milhão somente no Brasil. Com o SC+Energia estamos movimentando ainda mais o setor, dando suporte para que os projetos saiam do papel, fomentando o desenvolvimento e abrindo novos postos de trabalho”, afirma o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), Carlos Chiodini.
Dos projetos registrados no SC+Energia, 83 são de fontes hídricas entre Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH) com previsão de 508,4 megawatts (MW), um de biomassa com potência de 5 MW e um solar de 0,1 MW. Cinco empreendimentos são de energia eólica e devem gerar 2.632,6 MW.
O maior deles é o Complexo Eólico Lagunar, que prevê investimento de R$ 2,4 bilhões e terá potência de 568 MW, o suficiente para atender 2,3 milhões de habitantes. “Este projeto estava desde 2013 aguardando uma licença e, com a ação do Governo do Estado, conseguimos dar agilidade, liberando a licença ambiental prévia”, diz o presidente da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), Alexandre Waltrick. Desde que o SC+Energia foi lançado, a Fatma emitiu 189 licenças ambientais, sendo 61 licenças prévia (LAP), 25 de instalação (LAI) e 93 de operação (LAO).
O coordenador do SC+Energia e presidente da Associação dos Produtores de Energia (Apesc), Gerson Berti, conta que os primeiros resultados com o programa já estão fazendo com que Santa Catarina tenha destaque nacionalmente em geração de energia limpa. “Prova disso é o sucesso no Leilão de Reserva da Aneel de 2016. Das 30 usinas selecionadas em todo o país, nove são catarinenses, sendo que oito estão cadastradas no SC+Energia”, conta. Segundo ele, há dois anos, Santa Catarina praticamente não tinha projetos nos leilões do Governo Federal. “Somente neste leilão, as PCHs e CGHs selecionadas vão movimentar mais de R$ 164 milhões em investimentos”, frisa.
Um dos parceiros do programa é o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Doze empreendimentos do SC+Energia receberam financiamento do banco, com previsão de R$ 215 milhões em investimentos. “Este valor corresponde a 70% do total em tramitação no BRDE”, revela o gerente de Planejamento, Felipe Castro do Couto. O BRDE Energia disponibiliza linhas de crédito nas modalidades Geração e Eficiência Energética, para implantação e modernização de sistemas, desenvolvimento de novos produtos e aquisição de equipamentos, entre outros.
O secretário Carlos Chiodini acredita que, com o apoio do setor público e com a organização das entidades ligadas ao setor elétrico, o número de empreendimentos cadastrados cresça ainda mais em 2018. “Se mesmo em crise estamos com três vezes mais projetos do que prevíamos há dois anos, com a retomada da economia este mercado deve atrair ainda mais investimentos”, conclui.
Coordenado pela SDS, o SC+Energia conta com parceria também da Secretaria da Fazenda (SEF), Junta Comercial de Santa Catarina (Jucesc), Agência de Fomento de Santa Catarina (Badesc), Companhia de Gás de Santa Catarina (SC Gás), Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), SCPar, Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica de Santa Catarina (Fapesc), Eletrosul, Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e Associação dos Produtores de Energia de Santa Catarina (Apesc).