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Saúde reforça a importância da eliminação de criadouros do Aedes aegypti

Aedes Aegypti

Combater o mosquito Aedes aegypti é a melhor estratégia para evitar a dengue, bem como a febre do chikungunya e a zika, que também são transmitidas por ele. “Para evitar as doenças, é preciso combater o vetor, eliminando ou adequando depósitos e recipientes que possam acumular água parada, servindo como potenciais criadouros e, com isso, evitando o estabelecimento de focos”, reforça Eduardo Macário, diretor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (Dive). O Dia Nacional de Combate à Dengue foi celebrado no último sábado, 18, e veio com um alerta para toda a população, para que redobre a atenção na vistoria em casa e locais abertos para evitar a formação de criadouros.

“Com a redução do número de casos de dengue e de zika no Brasil, o tema perdeu espaço, e isso provocou uma falsa sensação de que o problema já passou. No entanto, as condições para o estabelecimento de epidemias continuam e, em alguns casos foi até piorada. Basta haver um aumento na circulação viral no Brasil para que tenhamos, sim, risco de casos autóctones em Santa Catarina”, enfatiza Eduardo Macário, referindo-se ao aumento de 53,2% no número de focos de Aedes aegytpi identificados este ano em Santa Catarina em relação ao mesmo período de 2016.

Até o dia 11 de novembro, 9.953 focos foram identificados em 142 municípios. Neste mesmo período do ano passado, foram registrados 6.498 focos, em 133 municípios. Em relação às doenças, foram confirmados 13 casos de dengue, 32 de febre de chikungunya e um de zika vírus até o dia 11 de novembro.

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A mobilização da população é peça-chave para o sucesso do programa, de acordo com Eduardo Macário. “É importante promover a limpeza semanal de calhas, bem como verificar regularmente o quintal e seu entorno para identificar os riscos para estabelecimento de potenciais criadouros”, ressalta.

Situação de alto risco

O aumento do número de focos de Aedes aegypti em Santa Catarina deve-se, segundo ele, a uma série de fatores, climáticos, ambientais, sociais e de gestão. Dentre eles estão problemas de infraestrutura, como abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de resíduos sólidos, favorecendo o acúmulo de água parada e, consequentemente, oferecendo as condições propícias para a proliferação do mosquito; e a mudança climática. “À medida que temos um inverno cada vez menos rigoroso, com temperaturas acima das médias históricas, o Aedes aegypti passa a ter condições propícias para desenvolver o seu ciclo durante o ano inteiro. Por isso, é fundamental a ação de eliminação de criadouros durante todo o ano”, explica.

Outro desafio no combate ao Aedes aegypti é a fiscalização dos estabelecimentos residenciais e comerciais, públicos e privados para aplicação da legislação vigente (Lei Estadual 15.243/2010, alterada pelas Leis 16.871/2016 e 17.068/2017). “É obrigatório realizar a cobertura e a proteção adequada de pneus novos, velhos, recauchutados, peças, sucatas, carcaças e garrafas, bem como de qualquer outro material que se encontre nos estabelecimentos, para que não fiquem expostos a céu aberto, evitando o acúmulo de água da chuva”, explica Eduardo.

Segundo ele, a fiscalização deve ser mais intensiva sobre os chamados Pontos Estratégicos – borracharias, ferros-velhos, depósitos e floriculturas – que oferecem maior risco para a proliferação do mosquito. Em caso de descumprimento, o proprietário do estabelecimento poderá sofrer as sanções previstas em lei, como­ advertência e multa; interdição do local para cumprimento das recomendações sanitárias; suspensão temporária da autorização de funcionamento; e até cassação da autorização de funcionamento.

Francine Ferreira – Letícia Wilson e Patrícia Pozzo


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