A Região de Corupá solicitou o selo de Indicação Geográfica (IG) que reconhece a banana produzida nos municípios de Schroeder, Corupá, Jaraguá do Sul e São Bento do Sul como a mais doce do Brasil. O processo para conquistar a IG, na modalidade Denominação de Origem, aguarda homologação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Com o slogan “Banana de Corupá: doce por natureza”, a fruta se tornará patrimônio regional e ganhará destaque nacional e internacional.
O grande diferencial da banana produzida na região de Corupá é o sabor da fruta, que é mais doce do que as demais, além da cultura e do modo de produção dos bananicultores. O sabor se deve à combinação de clima, relevo e temperatura da região. Com um tempo maior para se desenvolver e amadurecer, a banana acumula mais minerais e açúcares e é esse o segredo da banana da região de Corupá.
O secretário adjunto da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, explica que a banana da Região de Corupá sempre teve um sabor diferenciado, os estudos técnicos já comprovaram essa vantagem e a Certificação irá transformar o diferencial em um atributo comercial.
Com a Indicação Geográfica, os bananicultores da região poderão utilizar o selo de origem em seus produtos, desde que sigam um regulamento de produção, que dará aos consumidores garantia da qualidade diferenciada da fruta.
“A Indicação Geográfica é um selo que valorizará a banana produzida na região de Corupá e incentivará os produtores a melhorarem cada vez mais já que terão acesso preferencial ao mercado nacional e à exportação. Sem dúvida este será um impulso para o desenvolvimento da bananicultura de Santa Catarina”, ressalta Spies.
Segundo a diretora executiva da Associação de Bananicultores de Corupá (Asbanco), Eliane Muller, a expectativa é de que o Instituto Nacional da Propriedade Industrial analise e homologue o pedido para Indicação Geográfica (IG) da banana da região de Corupá em no máximo um ano. Neste período, as Associações de Bananicultores da região já podem utilizar o slogan de “Banana de Corupá: doce por natureza”.
Para que o bananicultor possa utilizar o selo de IG ele deverá estar vinculado a uma associação de produtores, com um corpo técnico que possa garantir a qualidade da fruta e se ela se enquadra nos requisitos necessários, além de seguir um regulamento da produção. Esta será a primeira IG concedida para banana no mundo.
Corupá é o maior produtor de banana do Estado, com 155 mil toneladas por ano, envolvendo 600 famílias. Cerca de 10% da produção é exportada para Argentina e Uruguai. Em 2014, Santa Catarina produziu 710 mil toneladas da fruta, se tornando o quarto maior produtor nacional de banana.
Processo de Certificação
O processo para Certificação foi baseado em dossiês técnicos e científicos do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram/Epagri) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com estudos aprofundados sobre as condições naturais, a cultura e a história da região de Corupá, além das características da banana produzida nos municípios de Schroeder, Corupá, Jaraguá do Sul e São Bento do Sul.
Com o resultado em mãos, os produtores da região acionaram o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) para obter o selo de Indicação Geográfica, na modalidade Denominação de Origem. A expectativa é de que o Inpi analise e homologue o processo em até um ano.
A Secretaria da Agricultura e da Pesca foi a responsável por analisar os documentos e reconhecer oficialmente a delimitação geográfica da região formada por Corupá, Jaraguá do Sul e Schoroeder como a “Região da Banana de Corupá”.
O registro de Indicação Geográfica da Região da Banana de Corupá é um trabalho conjunto entre a Associação de Bananicultores de Corupá (Asbanco), Associação dos Bananicultores de Schoroeder (ABS), Associação dos Bananicultores de Jaraguá do Sul (Abajas) e Associação De Produtores Rurais De São Bento Do Sul (Aprosul).