Estado é o maior produtor e exportador da proteína animal.
Anúncio feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) sobre a abertura do mercado indiano para a carne suína brasileira é motivo de comemoração para Santa Catarina. O Estado é o maior produtor e exportador do País. De acordo com dados da Secretaria da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, somente em agosto deste ano respondeu por 60% das exportações brasileiras com 37,7 mil toneladas de carne suína, faturando US$ 64,3 milhões.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) José Zeferino Pedrozo recebeu a notícia com satisfação, destacando a pujança da suinocultura barriga-verde que está presente na maioria das propriedades rurais, cerca 190 mil. “O diferencial catarinense está no status sanitário de referência. Somos área livre de febre aftosa sem vacinação. Isso nos credencia a disputar os mais exigentes mercados do mundo. Resultado disso é o bom funcionamento da cadeia produtiva que inicia na propriedade rural até chegar às agroindústrias processadoras da carne suína. A fiscalização e acompanhamento em todas essas etapas garantem a qualidade e a abertura de novos mercados, como aconteceu com a Índia”.
A Índia é um dos mais ambicionados mercados para o setor de proteína animal no mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o País tem a segunda maior população mundial, com 1,3 bilhão de habitantes e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 6%, de acordo com o Banco Mundial.
O Secretário de Agricultura, Airton Spies, destaca que a Índia é o segundo País mais populoso do mundo. Sua renda per capita ainda é baixa, mas o País está passando por um processo de rápida industrialização e conexão com o mundo e assim vai melhorar muito o poder aquisitivo e de consumo do seu povo. “Portanto, é um importante mercado, que poderá começar pequeno, mas com um grande potencial de crescimento para os próximos anos. Santa Catarina é o maior produtor de suínos do Brasil e deverá ser o estado mais beneficiado com possibilidade de geração de mais empregos, renda, tributos e desenvolvimento. A abertura do mercado da carne suína da Índia é uma ótima notícia para os produtores e agroindústrias do Brasil”, observa Spies.
A alíquota do imposto de importação para esse tipo de produto na Índia é de 30%, com exceção da salsicha, que é de 100%. Além do imposto de importação, o importador paga também um GST (equivalente ao ICMS) de 12%. Mas a carne suína importada no país não compete com a carne local, que tem público consumidor diferente. Até então, o principal fornecedor de carne suína para a Índia tem sido a Bélgica.
“Agora, compete ao setor privado brasileiro atuar para que as exportações aconteçam e que o produto seja bem recebido pelos consumidores indianos”, comentou o ministro da Agricultura, Pecuária e abastecimento (MAPA), Blairo Maggi.
O presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) Luiz Vicente Suzin considera a abertura do mercado indiano mais uma grande conquista brasileira, principalmente para o Estado e relatou a importante contribuição do cooperativismo nesse processo. “As cooperativas são organizações humanas inspiradas em princípios da conjugação de esforços com objetivos econômicos. Santa Catarina tornou-se paradigma nacional de eficiência e de cooperativismo. A vocação para a inovação e o empreendedorismo são as qualidades mais proeminentes. A união de esforços iminente ao perfil cooperativista, que já faz parte da cultura do Estado, auxilia também no processo produtivo”.
Produção expressiva
Em Santa Catarina são 12,5 milhões de suínos produzidos anualmente (a partir de 452 mil matrizes) para abate industrial, ou seja, 26% da produção nacional. Responde por mais de um terço dos abates totais e por 40% dos abates industriais. Até 2020 crescerá entre 10% e 12% para 14,5 milhões de cabeças/ano com plantel permanente de 500 mil matrizes no campo.
Esses números ganham vida e expressão quando cotejados com a pequena base territorial: Santa Catarina representa apenas 1,12% do território nacional. A dimensão social da suinocultura sobressai-se pelos 65.000 empregos diretos e 145.000 indiretos que gera em território barriga-verde.