Criciúma e Chapecoense é um dos jogos mais aguardados do começo de temporada no Campeonato Catarinense. Frente a frente, o remodelado Tigre, de Lisca, e o atual bicampeão estadual, único representante de Santa Catarina na Série A. No histórico, finais estaduais que acirraram uma rivalidade entre as torcidas, mesmo com a conhecida distância geográfica.
O mínimo esperado para um jogo, que mesmo de início de temporada tem seu peso, era a escalação de um árbitro tarimbado para a partida. Poderiam ser os vangloriados Héber Roberto Lopes e Sandro Meira Ricci, ou até mesmo Bráulio da Silva Machado, que ganhou muita cancha em 2017.
O que veremos na quarta (24), porém, será o desconhecido Fernando Henrique de Medeiros Miranda, de 30 anos, apitando o confronto. No quadro de árbitros da Federação Catarinense de Futebol (FCF), ele é o segundo mais novo, atrás apenas de William Machado Steffen – que já aprontou poucas e boas no estadual de 2017. Em nível nacional, não tem sequer uma aparição em jogo de Série A ou B, seja como árbitro ou auxiliar.
Soa quase como piada. Nada contra o árbitro, longe disso, já que a culpa não é dele em ser escalado. Entretanto, muito me impressiona ver o hábito da FCF bradar aos quatro cantos desde os tempos de Delfim o orgulho em ter árbitros como Héber e Ricci (mesmo eles sendo duramente contestados nacionalmente e agora dentro do estado) e deixa-los de fora de uma partida deste porte.
Aliás, a FCF perdeu uma boa chance de lavar as mãos. Com Héber, Ricci ou Bráulio no apito, qualquer erro grotesco deixaria a culpa em cima dos árbitros, afinal de contas, a federação fez o que tinha de ser feito e escalou o melhor para o jogo. Por colocar um inexperiente, pode trazer as críticas para si e queimar um jovem valor da arbitragem local, sem falar do estrago no confronto.
Por antecipação, demonstro grande preocupação com a partida. O jogo, em si, tende a ser mais pegado e um árbitro inexperiente estará em campo precisando mostrar serviço, sendo ele mais novo que muitos dos jogadores. Espero queimar a língua e que Fernando Henrique tenha uma atuação discreta, em uma partida onde os atletas sejam a atenção principal. A priori, porém, a FCF o colocou em uma enrascada das grandes.