A falta de resolutividade das negociações para renovação da Convenção Coletiva dos quase 3 mil trabalhadores das mais de 100 indústrias químicas de Criciúma e região, já evidenciada em três rodadas, determinou que a diretoria do sindicato profissional formalizasse ao sindicato patronal, nesta segunda-feira, o estado de greve da categoria.
“Não há como avançar sem quem decide estar participando, presente nas rodadas de negociações, como está ocorrendo; já tivemos três rodadas desde o dia 8 passado e não avançamos nada, pois os dois advogados que representam os patrões não têm poder de decisão, apenas anotam propostas e levam à diretora do Sindicato patronal”, explica Carlos de Cordes, o Dé, presidente do Sindicato dos Químicos.
A rodada de negociação desta segunda-feira, 20, repetiu o cenário das outras duas reuniões com os advogados. “Queremos fechar a convenção, mas sentimos que a classe patronal quer, apenas, ganhar tempo, nos enrolar, enfim, empurrar com a barriga, sem que tenhamos resultados concretos das negociações”, acrescenta Carlos de Cordes.
De Cordes explica que a partir de agora vai reunir a diretoria completa do sindicato com lideranças do movimento sindical regional para dar encaminhamentos ao “Estado de Greve” em que a categoria se insere neste momento. “O fundamental é a determinação de não permitir redução de direitos conquista dos”, enfatiza o presidente.
O momento é histórico e marcante para os trabalhadores das indústrias químicas da região e para o movimento sindical regional. “Por estarmos entre as primeiras categorias a negociar convenção coletiva depois da entrada em vigor da reforma trabalhista há uma grande expectativa do movimento sindical e o sentimento é de resistir e não permitir prejuízos à categoria”, finaliza Dé.