Os quase 3 mil trabalhadores que atuam em cerca de 100 empresas da indústria química do sul catarinense terão reajuste salarial de 8,5%, retroativo a novembro, para quem percebe até R$ 5,5 mil por mês, cerca de 98% do total. O piso da categoria para a ser R$ 1.326,60 e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em empresas com até 30 trabalhadores será de R$ 618,45 e nas demais R$ 958,06.
Os valores foram definidos após cinco rodadas de negociações entre os sindicatos profissional e patronal entre outubro e janeiro, em uma das mais complexas negociações coletivas dos últimos anos, segundo Carlos de Cordes, o Dé, presidente do sindicato dos trabalhadores. “A crise econômica foi o principal argumento da classe patronal e impedir que a categoria tivesse prejuízo não foi tarefa fácil”, disse o dirigente.
Os valores foram aprovados em quatro assembleias especialmente convocadas para este fim, realizadas nesta semana, em Içara e Criciúma, informa de Cordes. “Os trabalhadores foram informados que os patrões abriram a negociação oferecendo menos que a inflação e de forma parcelada e querendo retirar conquistas históricas para nossa categoria”, acrescenta Dé.
Dispensa do trabalho para acompanhar filhos de até 14 anos em consultas médicas e internações hospitalares de até 15 dias, homologações de rescisões de contratos após o período de experiência (90 dias), e implantação de banco de horas, conforme Carlos de Cordes, são exemplos de direitos que os patrões queriam reduzir, eliminar ou implantar, “mas não conseguiram, graças a mobilização da diretoria do Sindicato e da categoria”, finaliza Dé.