Psicóloga Jéssica Horácio – CRP 12/14394
Psicoterapeuta Corporal e Tanatóloga
Que mundo paralelo à realidade é este que você tem frequentado ultimamente? Você percebe como neste mundo todos os contextos te sugerem que há perigo constante, e que todas as escolhas estão cercadas de arrependimentos? Popularmente chamamos isso de pessimismo porque há uma tendência em ver o mundo de forma negativa, mas é importante que você saiba que esta característica que você tem pode representar um sintoma ansioso que pode estar dentro de um quadro de transtorno de humor.
Se você passa grande parte do seu tempo vivendo dentro deste mundo perigoso a ponto de às vezes se esquecer como retornar para o mundo real, que é onde a vida acontece, você sabe do que eu estou falando. Assim como também sabe do que eu estou falando se em alguns momentos a tua mente confunde fantasia com realidade, fazendo com que você acabe desenvolvendo um hábito negativo em identificar ameaças onde não elas não existem.
Medo, medo, medo. Sei que isso é tudo o que você mais sente e que já acreditou inúmeras vezes que os elementos que despertaram este sentimento eram reais. E é por isso que quero refletir com você sobre alguns pontos: Em que momento da sua vida você precisou prever o que aconteceria para se preparar para o pior? O que te ensinaram sobre o mundo, sobre a vida? Quando você precisava de amparo, você encontrava as mãos de quem? Te faço estes questionamentos para te ajudar a perceber que você pode estar se guiando por eventos negativos do passado mas que não precisam ser generalizados no momento presente.
Não bastasse os pensamentos negativos que aparecem como intrusos dentro da sua mente ainda tem a sensação de que o coração vai sair pela boca, né? Também vem a tontura, a falta de ar, o choro preso na garganta, as dores musculares… É, a ansiedade é capaz de fazer tudo isso com o nosso corpo. Danada né? Mas a verdade é que esta ansiedade só está tentando nos proteger das ameaças que a nossa própria mente construiu. Ao invés de mandarmos a ansiedade embora, podemos olhar para tais pensamentos e aprender a reconhecê-los como sendo disfuncionais, o que acha?
Entendo que você sente vontade de se isolar do mundo e de se recolher dentro de uma ilha deserta para não ter contato com todos estes pseudo perigos, mas olhe só, será que você realmente precisa vivenciar isoladamente as tuas dores? Me diz, quem é que cabe aí na sua ilha? E se você tornar a sua ilha acessível a quem sabe cuidar de ti?
Bem, que estas reflexões até aqui tenham te ajudado a se entender um pouco melhor, e que você através delas busque abrir a sua ilha para um profissional da psicologia e da psiquiatria poderem te acessar e segurar nas suas mãos. Se cuida.