Só tu tens Palavra de vida eterna. As leituras deste final de semana nos levam a, juntos com São Pedro, proclamarmos ou, em outros termos, a reconhecermos que fora da proposta de Jesus ficaremos a mercê das instabilidades do mundo.
No evangelho de João, encontramos duas grandes verdades espirituais que elevam nossas almas até onde nosso físico tem desejo, mas, por si só, ele não consegue chegar, isto é, chegar até junto de Deus. Primeira verdade: no texto deste domingo, Jesus, volta a reafirmar que ninguém vai a Ele se não for atraído por Deus, o Pai. Saber disto é maravilhoso. Porque se eu, tu e todos que vão à missa e queremos fazer o bem, de alguma forma, talvez, até sem explicações lógicas, sentiu-se atraído por Deus.
Deus nos atrai, que bom; isso é místico. Saber que Deus nos quer junto a Ele é prazenteiro e produz completude. Essa experiência de Deus, possibilita com que o ser na sua condição de finitude possa se sentir infinito. Porque, Deus lhe concede a graça de já, aqui e agora, participar da sua condição divina.
A segunda verdade: para fazer a experiência da condição divina, tem um preço: fazer uma verdadeira opção por Jesus. No mesmo texto do evangelho joanino, escutamos que muitos dos discípulos que seguiam a Jesus, deixaram de andar com Ele porque suas palavras eram “duras”.
A essas pessoas, Jesus disse que não tinham fé. Jesus, na sua proposta radical, olha para seus discípulos e pergunta: também vocês querem ir embora? Pois bem essa pergunta ecoa em nossos corações toda vez que a instabilidade do mundo se assola sobre nossa fragilidade humana.
Nestes momentos ou fala a fé e ficamos com Jesus ou fala a superstição e, então, buscamos outras propostas – promessa de felicidade a partir de uma facilidade. Para seguir a Jesus, não podemos esquecer que Ele disse que teríamos que pegar nossas cruzes, cada um a sua, e nos colocarmos a caminho, com Ele, em direção de Jerusalém.
Na primeira leitura, temos a figura de Josué. O povo estava murmurando diante das vicissitudes da vida e, neste momento, Josué intervém: se para vocês está difícil obedecer a Deus, procurem outro deus e o sigam; quanto a mim e a minha família, serviremos o Senhor.
Podemos ver que Jesus enfrenta a realidade que Josué tinha enfrentado a muito tempo atrás. Temos a certeza que nós também enfrentamos a mesma realidade, ainda que em contextos diferentes, que Josué enfrentou e Jesus clarificou.
Um exemplo de desafio que a Palavra nos coloca é a perenidade do sacramento do matrimônio, explanada, por São Paulo, na segunda leitura. Muitos dos casamentos, hoje, são feitos como ato social e não como comprometimento responsável de um para com o outro, até que a morte os separe.
Diante das vicissitudes da vida e das instabilidades deste mundo, não nos percamos de Jesus. Que saibamos proclamar assim como Josué: quanto a mim e a minha família serviremos ao Senhor. Diante de nossas fragilidades, saibamos professar assim como Pedro professou: a quem iremos, Senhor? Só tu tens palavra de vida eterna.
Deus conceda abundantemente a sua benção sobre todos nós que nos sentimos atraídos por Ele e que, diante dos tsunamis da vida, consigamos um lugar seguro a partir da Palavra eterna de Jesus. Amém. Boa semana a todos.