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Queda no arroz e recuperação no preço da cebola são destaques do Boletim Agropecuário

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Queda na colheita e no preço do arroz, uma boa safra de feijão, recuperação no preço da cebola e alho com bulbos menores e de boa qualidade sanitária são algumas das conclusões do Boletim Agropecuário de fevereiro, lançado pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa). O documento, editado mensalmente, apresenta de forma sucinta uma análise sobre o desenvolvimento das safras, da produção e dos mercados para os produtos selecionados, com informações da última quinzena ou dos últimos 30 dias.

Arroz e feijão

Com cerca de 12% da área destinada ao plantio de arroz irrigado no Estado já colhida, os técnicos da Epagri/Cepa veem a indicação de uma safra menor que a passada. Os preços também preocupam. A saca do arroz foi comercializada na primeira semana de fevereiro a R$ 32,03. Em 2016, o preço médio da saca pago aos produtores ficou em cerca de R$ 44 e caiu para R$ 41,42 em 2017. Segundo lideranças do setor arrozeiro, essa é uma das piores crises enfrentadas pelos produtores nos últimos anos.

O feijão 1ª safra já está com mais de 45% da área plantada colhida, com a safra transcorrendo sem grandes problemas. Técnicos de cooperativas e cerealistas esperam uma safra muito boa, com preços começando a reagir.

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Alho e cebola

A safra catarinense de alho 2017/18, oriunda de aproximadamente 2.500ha de área plantada, está toda colhida e em processo de comercialização. Santa Catarina teve um incremento de 20% na área plantada neste período agrícola, impulsionada especialmente pelos bons resultados econômicos e produtivos da safra 2016/17.

A falta de chuvas durante o ciclo produtivo resultou em alhos com bulbos de menor calibre, embora de muito boa qualidade na sanidade. Devido à necessidade de irrigação, os custos de produção da hortaliça aumentaram.

Com colheita finalizada nas principais regiões produtoras do Estado, a cebola está com o preço aquecido. “Em termos de mercado nacional, o preço da hortaliça teve importante melhoria nas últimas semanas”, descreve o Boletim, ressaltando que isso é resultado, entre outros fatores, da estratégia adotada pelos produtores sulistas, notadamente os catarinenses. “Consultas de mercado que realizamos nos últimos dias indicam que os atores estão adotando postura atenta e cautelosa na observação do comportamento do mercado, visto que houve rápido aquecimento nos preços”, afirmam os técnicos da Epagri/Cepa.

Milho e soja

O milho enfrentou uma redução de 14,3% na área plantada no Estado, atrelada à queda de 7% na produtividade em relação à safra anterior, o que pode implicar em diminuição de 20,4% no volume total produzido no Estado nesta safra. Se o cenário se confirmar, Santa Catarina terá produzido 500 mil toneladas a menos do grão do que no período anterior, já considerando uma estimativa de segunda safra em torno de 20mil hectares.

A redução da área plantada de milho se reflete na soja. A produção de Santa Catarina na safra 2016/17 foi de 2,4 milhões de toneladas, em uma área de 658 mil hectares. Para a safra 2017/18, a expectativa de incremento de 8% de área plantada em relação à safra anterior (2016/17), devendo alcançar 708 mil hectares cultivados com o grão.

Pecuária e leite

O ano de 2018 iniciou com um tímido movimento de alta nos preços do frango. A média preliminar de fevereiro (referente ao período de 01 a 09/fev/2018) atingiu o valor de R$ 2,144/kg em Chapecó, praça de referência para esse produto. Tal valor representa um incremento de 1,43% em relação à média de dezembro. As exportações também cresceram em janeiro, após quatro meses seguidos de queda. Contudo, na comparação com janeiro de 2017, o resultado foi negativo: queda de 8,85%.

Já o mercado do boi gordo, que fechou o ano em alta e manteve certa estabilidade em janeiro, voltou a apresentar oscilações negativas na maioria das praças do país, associada à queda na demanda após as festas de final de ano. A suspensão das exportações para Rússia pode se tornar um problema para o setor, caso persista.

O embargo da entrada de carnes catarinenses na Rússia também afetou a suinocultura. “De forma geral, o mercado brasileiro segue aguardando definições quanto a uma eventual reabertura do mercado russo, bem como na expectativa de que os embarques de carne suína sejam impulsionados neste ano pelas vendas para a Coreia do Sul”, descreve o documento.

O ano de 2017 foi o de maior captação de leite na história do Brasil, com aumento de 7,9% em relação a 2016. Com relação aos preços, a expectativa não é boa. Depois de uma sinalização de recuperação de valores ao final de 2017, alguns produtos lácteos tiveram redução de preços no mercado atacadista, repercutindo negativamente sobre o valor de referência projetado para o mês de janeiro, que serve de parâmetro para os preços que estão sendo pagos pelas indústrias aos produtores neste mês de fevereiro.

Banana

A banana foi a fruta avaliada nesta edição do Boletim, que informa que, em dezembro de 2017, a cotação da variedade caturra valorizou 39,1% em relação ao mês anterior, graças ao aumento na demanda. Mas, ao longo de 2017, a alta oferta da fruta nos bananais manteve as cotações desvalorizadas. A expectativa é que a oferta se mantenha alta, mas a qualidade da fruta e o aumento da demanda, com o início do ano letivo, pressionem os preços, com recuperação nas cotações da variedade.

Francine Ferreira – Gisele Dias


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