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O que o Criciúma nos reserva?

eduardo madeira

Mais de um mês e meio depois do último jogo oficial, o Criciúma enfim voltará aos gramados. Em que pese o curto período de pré-temporada, a caminhada no ano de 2018 inicia nesta quarta (17) com um clássico na capital, diante do Figueirense, pela rodada de abertura do Campeonato Catarinense.

Mas o que o Criciúma nos reserva para o novo ano? Difícil prever.

As contratações, tão exigidas – e com razão, devido ao desmanche do elenco – vieram. Talvez não em quantidade que muito imaginavam, mas o suficiente para ter um plantel minimamente capaz de disputar as primeiras semanas da temporada.

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Quanto a qualidade dos novos reforços, me abstenho de comentar. Futebol é muito mais complexo do que resumir uma contratação de boa ou ruim antes de ver o atleta em campo. Sempre gosto de frisar o contexto da situação. Qual cenário será criado pelo técnico Lisca? Qual modelo de jogo será proposto?

Por exemplo: há jogadores que se adequam a um sistema mais propositivo, de posse de bola, mas possuem dificuldades em jogar de maneira reativa, explorando os contra-ataques, e vice-versa. Se não renderem, não é porque são maus jogadores, mas porque foram contratados sem critério técnico e entendimento deste cenário que citei.

Bom, o caso do Grêmio 2017 é perfeito para exemplificar. Edílson, Cortez e Fernandinho são três exemplos de jogadores resgatados pelo clube após baixas na carreira e que, titulares, conquistaram a Libertadores.

Claro que o passo do Criciúma será menor e menos ousado, mas é só para mostrar que até mesmo atletas em baixa ou de qualidade técnica duvidosa podem ter suas capacidades exploradas ao máximo se forem bem enquadrados em um sistema de jogo.

Quanto a isso, tenho gostado do que Lisca tem dito em entrevistas. Se mostra consciente do que pode fazer e atento as modernidades do jogo. O principal discurso que me agradou é a da confiança nos métodos e filosofias de treinamentos. Cada vez mais os treinos são competitivos e refletem situações de jogo e valorizar esse dia-a-dia é buscar formas de fortalecer a equipe.

Isso tudo é bom na fala. Na prática, veremos que tudo muda com a rotina insana de jogos, e isso é outro fator que torna nebuloso o futuro do Criciúma. Foi pouco tempo de treino para começar já num ritmo pesado de compromissos.

Por todos esses fatores, busco fugir do clichê e não coloco o Criciúma entre os favoritos ao título catarinense. Hoje, só enxergo duas equipes capazes de erguer o troféu: Chapecoense e Avaí. O primeiro, pelo investimento alto e manutenção da base está até a frente, enquanto o segundo, apesar de rebaixado, perdeu poucas peças e teve movimentação interessante no mercado, sem fazer loucuras e buscando soluções pontuais. Os demais grandes têm cenários nebulosos pela frente, inclusive o Tigre.


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