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Quando a tecnologia é usada para transformar mundos

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Projeto “Inclusão Digital na APAE” é desenvolvido há quatro anos pela Unesc.

Talita Eufrázio Merêncio, 20 anos, adora tecnologia. Tem Whatsapp, já se aventurou pelo Facebook, adora ouvir música no Youtube – é fã de Luan Santana – e faz bonito no Xbox com Kinect. Ah, e ela também gosta de aprender novas palavras durante as aulas no Laboratório de Informática, com orientação de estudantes e professores da Unesc. Talita tem Síndrome de Down e é um dos 214 alunos dos sete aos 62 anos que participam das atividades do projeto de extensão “Inclusão Digital na APAE”, desenvolvido desde 2014 pela Universidade. “Gosto de usar o computador e escrever as letras. Mas o que gosto mais são os jogos de dança”, conta Talita, se referindo ao Kinect, instalado recentemente no vídeo game da instituição.

Durante três manhãs e três tardes na semana, o estudante da segunda fase de Ciência da Computação, Luiz Henrique Naspolini e a acadêmica da sétima fase do mesmo curso, Daiara Paes da Rosa, vão até a APAE de Criciúma para colaborar com a inclusão de alunos como Talita no mundo digital. Eles são bolsistas do projeto.

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“Estou há apenas três meses no projeto e já percebo o quanto ele é importante para eles e para nós. Cada encontro é um aprendizado profissional e pessoal para a gente”, comenta Naspolini. Já Daiara, participou durante um ano das atividades, saiu do projeto e decidiu voltar. “Fiquei um período afastada do projeto e senti falta. É muito gratificante ver cada avanço deles. É uma lição de vida e um importante aprendizado profissional, pois temos que preparar atividades pensadas para atender às necessidades de cada um”, observa.

Daiara e Naspolini auxiliam nas aulas do Laboratório de Informática do qual Guilherme Schramm Aragoniz é responsável. O aluno da nona fase de Engenharia de Produção da Unesc e graduado em Licenciatura em Informática é funcionário da APAE de Criciúma há quatro anos. Ele conta que o projeto de extensão da Unesc agregou ao aprendizado dos alunos e trouxe atividades diferentes para o cotidiano da instituição.

Segundo o coordenador do “Inclusão Digital na APAE”, Luciano Antunes, a ideia do projeto surgiu do questionamento sobre como o curso de Ciência da Computação da Universidade poderia contribuir com o trabalho da APAE – hoje a instituição recebe também atividades desenvolvidas pelos cursos de Fisioterapia, Enfermagem, Educação Física e Psicologia e do Museu da Infância. “O objetivo foi realizar atividades que pudessem colaborar com o desenvolvimento da coordenação motora, fazer trabalhos com alfabetização e estímulos visuais. E o desafio é observar as diferenças e pensar em aulas que trabalhem com elas de maneira que cada aluno possa ser atendido”, comenta Antunes.

Resultados atestados pela instituição

Há 20 anos ajudando no processo de aprendizagem na APAE, Maria Rodrigues conta que viu mudanças positivas nos alunos da instituição após a chegada do projeto de extensão da Unesc. “Eles têm sonhos de praticar algo diferente e o projeto está trazendo para muitos deles essa possibilidade”.

Já a diretora da APAE de Criciúma, Laktiel dos Santos Silva Alexandre, chama a atenção para a ajuda do projeto no processo de desenvolvimento dos alunos da instituição. “A Unesc está sempre presente aqui e essa parceria com o projeto de informática ajudou muito a enriquecer o nosso trabalho. Além da interação com os alunos, ela ajudou a desenvolver habilidades motoras e cognitivas neles”, afirma.

Francine Ferreira – Milena Nandi


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