No dia 29 de janeiro o Governo Federal divulgou as prováveis datas da privatização de algumas empresas públicas. Segundo o Secretário de Desestatização, Salim Mattar, a Telebrás será em julho e os Correios em dezembro de 2021. Já a EBC – Empresa Brasileira de Comunicação será em janeiro de 2022.
Outras 300 empresas ou participações do Governo serão vendidas ainda em 2020, apurando um total de 150 bilhões de reais. Segundo informação do Secretário, o Governo participa de 698 empresas e que o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobrás não serão privatizadas.
Orçamento da união fecha ano com rombo de 95 bilhões
O orçamento de 2019 previa um rombo de 139 bilhões de reais, ou seja, o governo gastaria 139 bilhões a mais do que arrecadaria. Fechado o ano, apurou-se o rombo de 95 bilhões de reais, inferior ao valor projetado. O que chama mais a atenção nestes dados, é que a maior parte da dívida não foi gerada pela previdência social e nem pelo funcionalismo público, mas sim pelo pagamento de juros relativos ao endividamento público.
Somente de juros da dívida foram pagos 1,425 trilhão de reais, ou seja, 44% de todo o orçamento anual foi pelo ralo do endividamento público. Passado um ano de governo, já é tempo de começar a tomar medidas mais firmes para diminuição do endividamento público. Estes números podem ser conferidos no site.
Bancos brasileiros aumentam spread bancário em 2019 e lucro dispara
Apesar da queda da taxa básica de juros (SELIC) em 2 pontos percentuais em 2019, os correntistas continuaram pagando caro para obter crédito junto aos bancos. Segundo dados apurados pelo Banco Central do Brasil e divulgados neste dia 29 de janeiro, o spread bancário – que é a diferença entre o custo de captação pelos bancos e a taxa aplicada para os clientes – aumentou em 1,4 pontos percentuais em média no ano de 2019. Isso significa maiores lucros para os bancos. A taxa média para pessoas físicas e empresas caiu de 23,2% ao ano para 23% ao ano. Isso significou maiores lucros para os bancos neste período. Os bancos alegam que mantiveram o spread elevado para cobrir os calotes. Isso não se justifica, pois a taxa de inadimplência de dezembro de 2019 foi de 2,9%, exatamente igual de dezembro de 2018.
Você sabe o que é o cadastro positivo
Assinada em abril de 2019, a lei que institui o Cadastro Positivo faz parte de um banco de dados operados pela CNDL – confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas e o SPC Brasil – Serviço de Proteção ao Crédito no Brasil, tem por objetivo disponibilizar informações dos clientes em relação aos seus compromissos financeiros. A inclusão na lista é automática para todo cidadão que tiver CPF ou empresas que tiver CNPJ.
A exclusão do nome da listagem pode ser pedida gratuitamente. Com os dados disponíveis, o cliente pode acessar ao crédito mais facilmente, inclusive pagando menores taxas de juros, pois as empresas fornecedoras de crédito terão mais uma ferramenta à sua disposição para analisar o risco de crédito individual. De acordo com a lei e com o Código de Defesa do Consumidor, o sigilo dos dados está garantido.
O novo cadastro permitirá que as empresas façam uma análise mais ampla sobre os hábitos de pagamento do consumidor, evitando que ele seja penalizado por eventuais problemas pontuais de pagamentos, tornando-se um sistema mais justo e includente. Toda análise de crédito gera um “score”, porém este score poderá ser observado apenas por empresas que estejam avaliando a concessão de crédito dos clientes.
Com a implantação do cadastro positivo, deverá aumentar a competição entre as instituições financeiras e de crédito, inclusive fintechs e pequenas financeiras, pois anteriormente à lei, somente os grandes bancos tinham informações sobre o perfil de pagamento dos clientes.
De acordo com as empresas financeiras de crédito de pequeno porte, com o cadastro será possível aumentar em até 50% o volume de crédito e reduzir as taxas de juros em 20%. Há uma inquietação sobre a possibilidade de quebra do sigilo bancário e da privacidade dos dados cadastrais dos clientes. Porém, a Lei do Sigilo Bancário prevê reclusão de 1 a 4 anos e multa para os responsáveis pelo vazamento dos dados.
Coronavírus e impacto econômico na economia global
Recentemente na China surgiu um surto de mortes causadas por uma espécie de Coronavírus. Em função do elevado nível de transações comerciais efetuadas entre a China e os demais países no mundo, a possibilidade de disseminação deste vírus ao mundo todo é iminente. Em pouco mais de 2 semanas, cerca de 15 países já confirmaram casos da doença, o que fez com que a OMS – Organização Mundial da Saúde – alterasse para “elevado” o risco de uma pandemia a nível mundial.
Somente na china já oram 132 óbitos até o dia 29. Todos os países devem estar preparados para lidar com os novos casos da doença. No dia 30 de janeiro, a organização volta a se reunir para decidir se declara “situação de emergência global” por causa do vírus. Previsões de economistas estimam diminuição do PIB mundial na ordem de 1% devido aos efeitos globais sentidos pelas economias. Isso representa uma perda de criação de riqueza que pode atingir a casa do trilhão.
Displicência financeira
Nesta semana estive conversando com uma pessoa que estava pagando parte de sua dívida em uma empresa comercial da cidade. O fato não chamaria a atenção, não fosse um detalhe: o devedor costuma comprar “fiado” nesta loja e depois de alguns meses vem ali para pagar a dívida, em parte ou no todo, conforme sua “disponibilidade” de recursos. A loja cobra um custo de manutenção da dívida de cerca de 2% ao mês ou 26,2% ao ano, pois é o que paga para obter capital de giro para poder vender a crédito.
O que me chamou a atenção foi que o devedor tem dinheiro aplicado em bancos que estão pagando em torno de 3% ao ano. Então, basta verificar os números e ver que muitas vezes somos displicentes com nosso dinheiro, ou seja, deixamos aplicado com a falsa sensação que estamos ganhando juros e compramos “fiado” pagando juros infinitamente maiores. Agindo assim, estaremos jogando contra o nosso patrimônio financeiro. Vamos abrir os olhos…
Onde investir?
Já comentei na coluna anterior que os juros pagos nos investimentos de renda fixa estão chegando a zero ou até em alguns casos ficando negativos. Então, onde vamos investir para melhorar nossa rentabilidade? Bem, vamos por partes. Antes de mais nada é preciso ter consciência que não existe almoço grátis. Devemos buscar sempre a melhor oferta, mas devemos também tomar cuidado com as ofertas “mágicas” que surgem por aí.
Na renda fixa, as ofertas em geral são regradas e indexadas pela taxa SELIC. O problema maior é na renda variável, pois frequentemente ouvimos ofertas mirabolantes, muito superior às taxas normais de investimentos. Segundo a CVM, é crime contra o sistema financeiro garantir rentabilidade em investimentos de renda variável. Portanto, se a esmola é demais, o santo deve desconfiar…
Quais as perspectivas para os FII’S em 2020?
No mercado financeiro há um número sem-fim de Fundos de Investimentos Imobiliários, destinados à construção de condomínios residenciais, comerciais e industriais, shopping centers e outros. O interessante nestes fundos é que o investidor pode obter renda de 2 formas distintas com eles. A primeira é a própria valorização das cotas do fundo e esta é tributada pelo imposto de renda conforme a tabela progressiva.
A segunda forma, são os ganhos obtidos pelos aluguéis recebidos dos empreendimentos e que são isentos do imposto de renda. O investidor pode comprar um fundo específico ou então se quiser diversificar o risco, pode comprar cotas do IFIX, índice que retrata a variação dos principais Fundos de Investimentos Imobiliários. Em 2019 o IFIX teve rentabilidade de 36%. É importante salientar que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Estas orientações não são recomendações de investimentos.