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O principal reforço do Criciúma tem de estar nas arquibancadas

eduardo madeira

Estamos nos aproximando do sexto mês do ano e ainda há quem acredite que o Criciúma tenha a obrigação de trazer um grande reforço para jogar a Série B. Observo muito o comportamento da imprensa e da torcida e há uma ansiedade fora do normal para que venha um jogador mais tarimbado para vestir a camisa carvoeira.

Só que poucos param para pensar em um simples aspecto: o Criciúma está na segunda divisão nacional. Lembrem-se que a Série B é um celeiro de escassos talentos e que há um claro perfil de atletas que ali jogam: renegados de clubes grandes, jogadores em baixa na carreira e destaques dos estaduais que querem provar do que são capazes.

Diante desse cenário, não dá para imaginar que o Tigre vá trazer algum reforço de encher os olhos. Acreditar nisso é o mesmo que esperar o Papai Noel no dia 25 de dezembro ou aguardar a visita do coelho da Páscoa. É ingenuidade.

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Hoje, o principal reforço do Criciúma tem de aparecer nas arquibancadas. Verdades precisam ser ditas e uma delas é de que o torcedor abandonou o time. No Campeonato Catarinense, por exemplo, a média de público foi de 2.403 torcedores. Na estreia da Série B, que eram esperados mais de cinco mil apoiadores (além do debute, havia a questão do aniversário do clube), apenas 3.376 foram ao estádio Heriberto Hülse.

Somado a isso, há a questão envolvendo a Barra Os Tigres, responsável por levar a festa aos jogos. Ok, houve aquele gravíssimo erro na questão da Chapecoense, mas o clube, em si, foi pouco claro na punição. Comunicou que estavam afastados até entregarem os nomes dos envolvidos. Apesar de o grupo de torcedores ter feito a sua parte, o Criciúma não cumpriu com o acordado e isolou o local. Para quem observa de fora, apenas um cumpriu sua parte.

Resultado? Criciúma e Santa Cruz parecia mais um jogo de tênis do que de futebol. Silêncio enquanto a bola rola, aplausos após uma jogada bonita e um ou outro grito de incentivo isolado e sem sincronia. Por mais que seja nítido que a barra não vem exercendo a mesma pressão de anos anteriores, faltou aquele popular “bafo no cangote” pernambucano na etapa final, na busca pelo empate. Com menos de quatro mil pessoas, é difícil fazer isso.

Como o Criciúma chegou a esse estágio? Apesar de ouvir muitos torcedores esbravejarem e dizerem que “com esse time, não vão mais”, não consigo achar que seja só por isso – afinal de contas, torcem pela instituição ou pelos jogadores?. O Tigre hoje passa uma imagem ruim ao torcedor, uma imagem de clube que não tem rumo certo, que vai esperar para ver o que vai dar.

É fato: o clube está sem credibilidade justo com quem deveria ter a imagem mais positiva possível. Tudo isso por culpa de uma direção que não consegue expor ao público o que faz, promove ações centralizadas e não é cristalina com seus projetos. Se o Criciúma quer algo nesta Série B, precisa primeiro pensar em como se redimir com o torcedor para depois imaginar em trazer algum nome mais pomposo para o elenco.


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