Homem compra produtos pela internet e paga somente R$ 2 em depósito bancário.
Um novo golpe de estelionato está fazendo várias vítimas em Criciúma nas últimas semanas. Conforme relatos, um suposto morador de Forquilhinha entra em contato, via Whatsapp, com pessoas que estejam vendendo produtos em sites de comercialização pela internet, demonstrando interesse em consumar a venda. Durante conversas pela rede social, o indivíduo afirma que o filho adolescente irá buscar o produto no momento em que ele próprio efetuar o depósito em um caixa eletrônico e enviar o comprovante da transação. No entanto, depois de algumas horas, quando o depósito cai na conta bancária, o vendedor percebe que foi enganado e recebeu apenas R$ 2 pela venda.
De acordo com uma moradora do município, que prefere não se identificar, ela foi uma das vítimas do golpe. Vendeu um vídeo game no valor de R$ 1.500 e acabou recebendo apenas os R$ 2. “No momento em que o suposto filho foi buscar o aparelho, chequei minha conta bancária e nos lançamentos futuros estava esse depósito de R$ 1.500. Com isso, pensando já ter minha garantia, entreguei o produto e o menor foi embora. Só que horas depois, quando o banco conferiu o envelope e encaminhou o valor para a minha conta, foram depositados apenas R$ 2”, conta.
Ela ainda ressalta que foi uma grande surpresa e que ficou em estado de choque quando soube que havia sido vítima do referido golpe. “Porque sempre vemos essas situações longe da cidade e nunca achamos que vai acontecer com a gente. Registei o Boletim de Ocorrência na Central de Plantão Policial e lá me informaram que não fui a primeira pessoa a passar por isso. Também liguei para a agência bancária e eles disseram que não é uma situação incomum de ser registrada. É algo que precisaria ter mais controle e orientações, acredito que evitaria muitos outros casos”, desabafa a criciumense.
Polícia Civil já investiga situações
De acordo com os bairros em que são registrados, os casos estão sendo repassados para investigação nas Delegacias de Polícia Civil (DP) de Criciúma. Há situações sendo apuradas na 1ª DP, da Grande Próspera, e na 2ª DP, localizada no Bairro Santa Augusta.
De acordo com o delegado da 2ª DP, Ari José Soto Riva, esse tipo de crime tem acontecido com bastante frequência na cidade. “É sempre dessa forma: a vítima oferece um bem, a pessoa se mostra interessada e faz o deposito em envelope, no caixa eletrônico. Como todos sabem, nesse tipo de depósito a pessoa pode declarar qualquer valor, que só vai ser confirmado mais tarde. Assim, a vítima acha que o dinheiro foi depositado e entrega o produto, só descobrindo depois o que realmente aconteceu”, explica.
A autoridade policial orienta para que, quando as pessoas forem efetuar vendas dessa forma, se certifiquem que o dinheiro realmente caiu na conta antes de fazer a entrega do bem. “Porque depois fica difícil conseguirmos descobrir para quem foi vendido. Nesses casos, para os contatos que são feitos pelo Whatsapp, o criminoso sempre cria uma imagem e utiliza um número que não são dele, o que dificulta nossa tentativa de identifica-lo. Além disso, coloca uma terceira pessoa para buscar o produto, geralmente adolescente, para evitar também a identificação”, completa Riva.
No entanto, se a pessoa já se tornou uma vítima, a orientação é para que registre o Boletim de Ocorrência e tente colher o máximo de informações que conseguir a respeito do fato. “Se tiver alguma imagem, é importante para que possamos correr atrás”, finaliza o delegado.
Segundo o Código Penal, o crime de estelionato resultar em reclusão de um a cinco anos, além de multa e possibilidade de aumento da pena, variando de acordo com os possíveis agravantes.