Tragédia de Suzano, em São Paulo, reforça importância das Rondas Escolares implantadas na região.
O ataque à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, que terminou com dez pessoas mortas nessa quarta-feira, 13, em São Paulo – entre elas os dois assassinos -, além de nove feridos, reacendeu a preocupação quanto às instituições de ensino da região Sul catarinense. Neste cenário, um trabalho institucional do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) vem sendo realizado há alguns anos e surtindo efeitos bastante positivos, no que diz respeito à prevenção de casos de violência no ambiente educacional. Trata-se da Ronda Escolar.
Conforme o subcomandante do 9º BPM, major Eduardo Moreno Person, atualmente 166 unidades de ensino de Criciúma, Forquilhinha, Nova Veneza, Siderópolis e Treviso contam com a atuação da Ronda Escolar, o que beneficia diretamente 50.579 estudantes.
“Nossa intenção é promover uma maior proximidade da Polícia Militar com o meio escolar, para tentar diminuir a incidência de situações de violência dentro das escolas. Para tanto, promovemos rondas e palestras, nos aproximando tanto do corpo docente quanto dos alunos e, consequentemente, tornando os policiais figuras rotineiras nessas instituições”, explica.
O trabalho é realizado por policiais de radiopatrulhamento, bem como pelos comandantes de setor e policiais comunitários, que atuam no policiamento ostensivo direto nas comunidades.
Em Criciúma, exclusivamente, também existe uma guarnição que atende especificamente as escolas e que, de acordo com o subcomandante, já efetuou em torno de 820 rondas somente em 2019. “Além dos policiais comunitários, temos essa guarnição escolar, que só faz atendimento às instituições de ensino, promovendo essa proximidade e atendendo ocorrências quando necessário, uma vez que os diretores mantém contato direto quando algo mais grave é registrado”, completa.
Consultoria preventiva
Ainda neste âmbito, segundo major Moreno, neste início de ano o 9º BPM organizou uma consultoria preventiva escolar. “Os comandantes de setores foram até as escolas e levaram informações de segurança com base em cada local, fizeram uma análise da rotina e do espaço, e deram sugestões pra tornar as instituições mais seguras”, ressalta.
A prevenção da violência
Por fim, para o subcomandante, não é possível dizer que tais ações impedem que tragédias como a de Suzano ocorram, mas que, com certeza, contribuem para a prevenção. “Fazemos de tudo para que haja essa aproximação com a comunidade. Falar que nunca vai acontecer é impossível, mas certamente esse contato que a gente tem, a presença da polícia nas escola, ajuda a evitar qualquer tipo de violência”, finaliza.
Entenda o caso
Na manhã dessa quarta-feira, 13, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, mataram oito pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano. Logo na sequência, quando policiais militares já chegavam à escola, os dois, que eram ex-alunos do colégio, se mataram.
Entre as vítimas, duas funcionárias da instituição, cinco estudantes que tinham entre 15 e 17 anos, e o proprietário de uma loja que fica próxima à escola, que também era tio de um dos atiradores.