A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Combate à Corrupção (DECOR/DEIC), deflagrou a Operação Maktub nesta terça-feira, 27, após Inquérito Policial instaurado para apurar irregularidades/ilicitudes em três Concorrências Públicas – com mesmo objeto – realizadas pela Prefeitura de Forquilhinha. As licitações visavam a contratação de empresa especializada para a fabricação e instalação de estrutura metálica para a cobertura do Ginásio anexo à Escola do Bairro Santa Líbera.
A operação policial acontece deste o início da manhã desta terça, nas cidades de Forquilhinha, Araranguá, Meleiro, Turvo, Içara e Nova Veneza.
Foram cumpridos mandado de prisão preventiva em desfavor do empresário investigado e mandado de prisão temporária contra uma funcionária da empresa. Além disso, foram cumpridos quatro mandados de afastamento das funções públicas dos membros da comissão de licitação, bem como ordem para a suspensão dos contratos assinados contra a empresa investigada, além de dez mandados de busca e apreensão.
Até a publicação desta reportagem, a Administração Municipal de Forquilhinha ainda não havia se manifestado.
A investigação
Conforme a Polícia Civil, o sócio de uma das empresas participantes da licitação procurou as autoridades policiais informando que o certame estava direcionado à determinada empresa. Apresentou documentos demonstrando que o procedimento havia sido sustado pelo TCE em duas oportunidades, em razão da inclusão de cláusulas restritivas, o que foi acatado pelo Município.
Na terceira tentativa de contratação, logo após a entrega dos envelopes na Prefeitura Municipal, o proprietário da empresa, supostamente favorecida, procurou o informante na tentativa de marcar um encontro em particular com o pretexto de vender algumas mercadorias.
Assim, de posse dessas informações iniciais, o encontro entre os empresários foi monitorado pela DECOR/DEIC após autorização judicial, ocasião que o empresário ofereceu R$ 20.000,00 para que o denunciante desistisse do certame ou confeccionasse outro envelope que seria substituído pela comissão de licitação. O empresário, ainda, afirmou que toda a estrutura metálica para a cobertura do Ginásio já estava comprada e, desde o início, a obra seria de sua responsabilidade, razão pela qual havia cláusulas restritivas nos dois primeiros editais de licitação publicados – os quais foram sustados pelo TCE.
Diante da negativa do informante em aceitar o valor proposto, na data de abertura dos envelopes, os policiais identificaram a funcionária da empresa entrando na Prefeitura carregando consigo alguns arquivos na mão esquerda, um deles, aparentando ser um envelope de cor parda, permanecendo no local por cerca de trinta minutos. Ainda, no mesmo dia, a comissão de licitação declarou a empresa vencedora do certame.
Por fim, conforme a Polícia Civil, ainda foram apuradas possíveis irregularidades/ilicitudes na construção do próprio ginásio – local onde será instalada a estrutura metálica objeto das Concorrências Públicas investigadas.
Os trabalhos contaram com apoio Polícia Científica, da CECOR, da DIC Criciúma, da 2ª DECOR de Tubarão, da 3ª DECOR de Joinville e do Laboratório de Lavagem de Dinheiro da DEIC.