Dados foram resultados de um projeto da Universidade.
Em Criciúma, o perfil da mulher em situação de violência doméstica está entre os 20 e 44 anos, em sua maioria com mais de um filho, vivendo em relacionamentos abusivos com maridos ou companheiros de 2 a 5 anos. Esse é o resultado de uma pesquisa desenvolvida pela Unesc, que analisou mulheres que foram até o Poder Judiciário para obter a proteção da Lei Maria da Penha, entre julho e novembro de 2017. Os dados foram resultados do projeto “Violência de gênero e a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006): a construção de indicadores de violência contra as mulheres na Comarca de Criciúma/SC”.
A professora Monica Ovinski, coordenadora do projeto, comentou que os questionários foram levados até as mulheres em situação de violência e os homens acusados, além do acompanhamento das audiências sobre a acusação do crime de ameaça. “Com a obtenção desse perfil, se torna mais fácil saber quem são essas mulheres e onde elas estão. O contexto vai auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas que possam atuar no atendimento e na prevenção”, ressalta.
Monica comenta ainda que os próximos passos serão levar esses números a diante. “Serão elaborados artigos, relatórios, capítulos de livros, entre outros processos que devem ser entregues ao Tribunal de Justiça, ao Conselho Municipal de Direitos das Mulheres e também ao Poder Público municipal e estadual”, comenta.
A pesquisa também foi desenvolvida pela professora Giovana Ilka Jacinto Salvaro e pelo professor Ismael Gonçalves Alves, com a participação das acadêmicas Taiana de Oliveira e Marina Schneider (Curso de História) e Patrícia Machado Martins (Curso de Direito). O projeto é vinculado ao DIDH (Programa Diversidades, Inclusão e Direitos Humanos) e recebe apoio do CER (Centro Especializado em Reabilitação.
Gênero e violência contra as mulheres
A pesquisa também será compartilhada durante um encontro que ocorre na próxima terça-feira (12/12), às 14 horas, no Cedoc. Com o tema “Gênero e Violência contra as mulheres”, diversos depoimentos vão contribuir para a análise de aspectos teóricos e práticos na realidade das demandas atuais.
O encontro também vai contar com a participação de professores e extensionistas do projeto Amora, além da presidente do Conselho Municipal de Direitos das Mulheres, Maria Estela Costa Silva, que vai trazer um panorama municipal sobre o assunto.