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Para evitar a gripe, é necessária atenção redobrada em escolas e ambientes de trabalho

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Todos os locais onde houver aglomeração de pessoas representam risco para a disseminação do vírus da gripe, especialmente naqueles sem ventilação natural. O alerta é da Secretaria de Estado da Saúde. “A gripe pode ser transmitida de forma direta por meio de secreções das vias respiratórias de uma pessoa doente ao espirrar, ao tossir ou ao falar, ou por meio indireto pelas mãos, que, após contato com superfícies recentemente contaminadas por secreções respiratórias de um indivíduo infectado, podem levar o vírus diretamente para a boca, nariz e olhos”, ressalta o secretário Murillo Capella.

“O vírus da gripe pode permanecer por até oito horas no ambiente, principalmente em superfícies tocadas frequentemente por várias pessoas, como corrimões, interruptores de luz, maçanetas, carrinhos de supermercado, entre outros”, explica a enfermeira Vanessa Vieira da Silva, gerente de Imunização e Doenças Imunopreveníveis da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde.

O compartilhamento de materiais escolares, brinquedos, canetas, teclados de computador, por exemplo, também contribui para a transmissão. Por isso, segundo Vanessa, é importante lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou utilizar o álcool gel e evitar tocar os olhos, a boca e o nariz após o contato com essas superfícies.

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“As escolas e outros estabelecimentos de ensino têm um papel muito importante na prevenção de surtos de gripe, devido à possibilidade de transmissão e rápida disseminação da doença entre os seus alunos”, reforça o médico infectologista Fábio Gaudenzi de Faria, superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde. Os dirigentes escolares podem buscar informações e apoio junto às vigilâncias Epidemiológicas e Sanitárias municipais.

É importante que pais e professores fiquem atentos aos sintomas da gripe, que, em geral, são febre alta, calafrios, tosse, dor de cabeça, dor de garganta, cansaço e dores musculares. “Quem estiver com febre alta, tosse e falta de ar deve procurar uma unidade de saúde em até 48 horas”, alerta Vanessa. O tratamento precoce com medicamentos antivirais ajuda a evitar a evolução para formas graves que podem levar à internação e ao óbito.

Confira as medidas de prevenção para ambientes escolares

As principais recomendações da Diretoria de Vigilância Epidemiológica e da Diretoria de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde para prevenção da gripe em ambientes escolares são:

1. O que fazer caso estudantes ou funcionários apresentem os sintomas da gripe?

– Se o indivíduo perceber os sintomas da gripe (febre + tosse e/ou dor de garganta + dor de cabeça e/ou dor muscular), ele não deverá ir para o estabelecimento de ensino. Deverá procurar a Unidade de Saúde mais próxima para diagnóstico e tratamento adequado

– Caso haja o diagnóstico da gripe, o estabelecimento de ensino deve ser comunicado da necessidade de afastamento do estudante ou funcionário para tratamento

– Não está indicada a suspensão de aulas e outras atividades para controle de surto de influenza como medida de prevenção e controle de infecção. Tais medidas são comprovadamente ineficazes para conter a disseminação da gripe, além de causar comoção social. Mesmo ao fechar os estabelecimentos de ensino, os estudantes permanecem expostos aos vírus respiratórios em outros ambientes (casa, clube, shopping, cinema, teatro, etc), levando a falsa sensação de proteção e segurança. Além disso, o próprio estabelecimento de ensino pode ser útil na identificação precoce da doença.

2. Medidas quanto à higiene pessoal:

– Lavar frequentemente as mãos, utilizando água e sabão

– Se houver disponibilidade, utilizar álcool gel a 70% para higiene das mãos com frequência

– Utilizar lenços de papel descartável para cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirras (etiqueta da tosse); caso não haja lenço de papel, não tossir ou espirrar nas mãos, mas sim protegendo o rosto contra o antebraço

– Não reutilizar lenços de papel

– Evitar usos de lenços de pano

– Evitar tocar a boca, olhos e nariz sem lavar as mãos

– Não compartilhar utensílios (garrafas de água, copos, talheres, pratos, toalhas de rosto) e alimentos

– Evitar contato próximo com pessoas gripadas.

3. Medidas quanto à higiene ambiental:

– Manter os ambientes limpos e arejados

– Manter janelas abertas

– Os bebedouros devem ser higienizados externamente com frequência (pelo menos uma vez ao dia ou conforme orientação do fabricante)

– Devem ser disponibilizados copos ou garrafas de uso individual para que os estudantes e funcionários possam beber água sem levar a boca ao bebedouro

– Os ambientes e superfícies devem ser limpos, preferencialmente após cada turno escolar. A limpeza deve ser feita com água sanitária (proporção: uma colher de água sanitária para cada litro de água)

– O pano de chão, panos de limpeza e utensílios (rodo, vassoura, balde), após o uso, devem ser lavados com água e detergente colocados na solução de água sanitária (uma colher para cada litro de água), deixando dez minutos. Enxaguar e deixar secar

– Objetos manipulados por várias pessoas como maçanetas, torneiras, interruptores, telefones, teclados, mouses, caixas eletrônicos devem ser higienizados periodicamente com água e sabão ou álcool a 70%. Caso não seja possível, utilizar álcool gel a 70% nas mãos antes e depois de manipular tais objetos.

4. Medidas gerais:

– Cada estabelecimento de ensino deve definir formas de conscientizar os estudantes e funcionários sobre os sintomas da gripe, a importância das regras da etiqueta da tosse, lavagem das mãos, bem como a necessidade de afastamento dos casos de suspeita da doença

– Recomenda-se que seja utilizada uma sala exclusiva para o eventual isolamento de alunos que evidenciem sinais de gripe durante a permanência na escola até a chegada dos pais. Essa sala deve ser utilizada apenas para esse fim. Idealmente, deve dispor de janela, a fim de poder ser ventilada para o exterior, mantendo a porta fechada, bem como de dispositivo dispensador de solução antisséptica de base alcoólica para desinfecção das mãos. Deve ser limpa e arejada após a sua utilização

– As escolas devem evitar a realização de eventos ou outras programações que impliquem em aglomeração de pessoas em espaços fechados sem ventilação

– Garantir que todos os banheiros possuam pias, torneiras, dispensadores de sabonete líquido e papel toalha suficientes para uso contínuo. As torneiras devem permitir fluxo de água corrente para uma lavagem de mãos eficaz

– Facilitar o acesso aos meios para higienização das mãos. Se possível, disponibilizando álcool gel a 70% para estudantes e funcionários

– Os estabelecimentos de ensino devem definir, junto à área de gestão de pessoas, as condutas a serem adotadas nos casos de funcionários com gripe. Deve-se levar em conta a necessidade de afastamento durante o período de transmissão da doença (geralmente sete dias). Os funcionários gripados devem ser orientados quanto à conduta nesses casos.

Francine Ferreira – Letícia Wilson / Patrícia Pozzo
Foto: James Tavares


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