Viaturas e ambulâncias foram abastecidas, mas futuro das paralisações gera insegurança.
A mobilização nacional dos caminhoneiros entra no quarto dia de greve já evidenciando os problemas de falta de combustíveis pela região. A situação pode impactar, principalmente, no trabalho de serviços essenciais, como dos órgãos de atendimento a urgências e emergências e de segurança. As ambulâncias e viaturas foram abastecidas até o limite possível, mas por conta da insegurança caso as manifestações permaneçam por vários dias, tais setores já estão em estado de alerta.
De acordo com o comandante do 4º Batalhão de Bombeiros Militares (BMM) de Criciúma, tenente-coronel James Ventura, tanto as ambulâncias quanto os caminhões de combate a incêndios da corporação foram abastecidos em sua totalidade como forma de garantia. “Mas dependendo do número de ocorrências, se permanecer a média que vem sendo registrada, essa quantidade vai durar até no máximo a próxima sexta-feira pela manhã. Estamos rezando, porque por enquanto não está faltando, mas se permanecer assim vai faltar”, destaca.
Para os órgãos ligados ao Governo do Estado, determinados postos de combustíveis são definidos por meio de licitação para fornecer esse abastecimento. “Por isso, nesse momento, não temos uma segunda opção. Já estamos sentindo o reflexo dos protestos, é o início de um caos, mas também uma demonstração do descontentamento do povo por conta do que vem sendo feito para o país nos últimos tempos”, completa Ventura.
Em relação ao Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) de Criciúma, conforme o coordenador e médico Vanderlei Damin, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foi abastecida no início da tarde de ontem e as duas unidades básicas estão recebendo combustível diretamente no pátio da Prefeitura. “Pelo que sei o diesel do pátio já acabou, mas provavelmente se precisar eles tirariam de caminhões para os veículos de emergência. Confio na responsabilidade da Secretaria de Saúde”, argumenta.
Como o Samu já trata de casos de urgência, restringir os atendimentos acaba não sendo uma opção. “Temos a regulação de emergência, que segue atuando normalmente”, garante Damin.
Polícia Militar abastece todas as viaturas
No 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Criciúma, todas as viaturas foram abastecidas até o limite, tanto as que estão em atividade quanto as de reserva, bem como as operacionais e administrativas. “Em situações normais, os veículos completam os tanques diariamente. Diante da paralisação nacional dos caminhoneiros, projetando uma reação em cadeia em várias atividades econômicas, a chefia da nossa Seção de Logística, juntamente com os comandantes dos municípios abrangidos pelo 9º BPM, manteve contato com os postos de combustíveis fornecedores, com a finalidade de garantir o abastecimento das viaturas e sugerindo, dentro do possível, uma reserva. Mas por conta das dificuldades já encontradas pelo setor, tivemos que proceder os abastecimentos de todas as viaturas em suas capacidades máximas”, conta o comandante, tenente-coronel Evandro Fraga.
O comando reforça que os atendimentos de ocorrências policiais (emergenciais e de urgências) continuarão recebendo prioridades; e que a viaturas, nos seus turnos de serviços, deverão realizar as programações operacionais fixadas pelos planejamentos, otimizando, principalmente, os deslocamentos.
Reunião de emergência nesta quinta
Diante da futura possível realidade vislumbrada, o presidente do Colegiado de Governo e secretário Executivo da Agência de Desenvolvimento Regional de Criciúma, João Fabris, convocou todos os gestores e comandantes dos órgãos do Governo do Estado na região carbonífera para uma reunião extraordinária na tarde dessa quinta-feira, 24, a partir das 14h.
O encontro será com o coordenador regional da Defesa Civil, Rosinei da Silveira, para “avaliação dos impactos da paralização dos caminhoneiros nos municípios e instituições da região e possibilidade de ativação do Grupo de Resposta de Ações Coordenadas”.