Fluxograma de atendimento às vítimas foi elaborado em encontro realizado no Cerest. Maioria das pessoas abusadas sexualmente são meninas menores de 18 anos.
Dados do Ministério dos Direitos Humanos, do Governo Federal, apontam que 17,5 mil casos de denúncias de violência sexual foram registrados em 2016 pelo serviço de atendimento telefônico gratuito Disque 100. Em Criciúma, segundo o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), somente em 2017, 39 casos de abuso sexual foram contabilizados até agosto. Para definir o fluxograma de atendimento às vítimas de violência sexual, a Prefeitura de Criciúma, via Secretaria de Saúde, se reuniu com representantes de entidades que prestam apoio às pessoas que sofreram abuso sexual.
Realizado no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), no bairro Santa Angusta, o encontro foi organizado pela Coordenadoria de Saúde Mental do Governo de Criciúma e discutiu os métodos de atendimentos às vítimas de abuso e exploração sexual.
“A vítima deve identificar a agressão em uma unidade hospitalar. Depois, ela será encaminhada ao Nuprevips, que fará todo o acompanhamento necessário, além de ter o exame de corpo de delito realizado pelo IML sem a necessidade de deslocamento até a entidade”, explica a coordenadora de Saúde Mental da Prefeitura de Criciúma e coordenadora do Núcleo de Prevenção às Violências e Promoção da Saúde (Nuprevips), Ana Losso.
Em 2017, dos 39 casos registrados na maior cidade do Sul do Estado, 30 foram relatados por meninas menores de 18 anos. Em 2016, até agosto, 30 denúncias foram formalizadas. Conforme explica Ana, vítimas menores de idade devem ser acompanhadas por responsáveis durante todo o processo de auxílio, além de possuírem apoio de profissionais do Conselho Tutelar. “Maiores de 18 anos podem decidir se querem ou não seguir totalmente o fluxograma de atendimento às vítimas”, conta.
O encontro reuniu representantes do Instituto Médico Legal (IML), Conselho Tutelar, Hospital MaternoInfantil Santa Catarina (HMISC), Hospital São José (HSJ), Creas, Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), Nuprevips, Programa de Hepatites Virais da Vigilância Epidemiológica e Hospital Unimed.
Como denunciar
Em Criciúma, casos de abuso e exploração sexual devem ser denunciados pelos telefones (48) 3445-8923 ou 0800-643-6800, ambos do Conselho Tutelar de Criciúma, além do (48) 3433-2189, da DPCAMI, e do (48) 3445-8925, do Creas. Denúncias também podem registradas pelo Disque 100, do Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. O serviço do Governo Federal é gratuito e funciona 24h, incluindo domingos e feriados. As denúncias são anônimas.