Documento cita crimes de peculato que teriam gerado desvio de mais de R$ 700 mil.
O Ministério Público de Santa Catarina, por meio da 11ª Promotoria de Justiça da Comarca de Criciúma, ofereceu a quarta denúncia contra o ex-presidente da Multiplicando Talentos, citando diversos crimes de peculato que teriam sido cometidos por meio da emissão de cheques nominais, resultando em um desvio de mais de R$ 700 mil. O documento já foi peticionado e aguarda análise da 2ª Vara Criminal do município.
Conforme o promotor Diógenes Viana Alves, o denunciado determinou a emissão de vários cheques nominais para pagamento de supostos serviços prestados à Multiplicando Talentos, por meio de contas-convênio utilizadas para administrar e realizar a manutenção dos Centros de Atendimento Socioeducativo Provisório (Caseps) de Tubarão e Criciúma e das Casas de Semiliberdade de Criciúma e Araranguá, conforme os convênios celebrados com a Secretaria de Justiça e Cidadania de Santa Catarina.
“A apuração realizada, entretanto, constatou que tais cheques foram endossados e/ou descontados pelo denunciado, assim como por funcionários da Multiplicando Talentos sob seu comando e determinação, ou ainda depositados nas contas particulares do denunciado ou da própria Multiplicando Talentos, meio pelo qual o denunciado desviava recursos dos convênios”, argumenta Alves.
Com isso, o promotor afirma que o ex-presidente promoveu o desvio de R$ 701.103,32, “o que se dava mediante a emissão de cheques das contas-convênio, cujos valores foram direcionados à sua pessoa ou destinados às suas contas pessoais”, finalizou.
Relembre o ca50so
O agora ex-presidente da Multiplicando Talentos está detido preventivamente desde o dia 27 de julho de 2017, quando foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) a “Operação Talentos”. A investigação apontou desvios de recursos públicos que eram destinados por força de convênios firmados com o Governo do Estado para gestão dos Centros de Atendimento Socioeducativos Provisórios (CASEPs) de Criciúma e Tubarão e das Casas de Semiliberdade de Criciúma e Araranguá.
Até então, existiam três ações penais tramitando na 2ª Vara Criminal de Criciúma, por conta de três diferentes denúncias oferecidas pela 11ª Promotoria de Justiça. A primeira cita o ex-presidente e outras oito pessoas, com acusações pelos crimes de peculato, organização criminosa e falsidade ideológica. Essa ação penal está na fase de alegações finais, para que na sequência seja proferida a sentença pela Justiça.
Na segunda denúncia, são citados outros 11 diferentes crimes de peculato, além dos já existentes na primeira ação, que o ex-presidente teria cometido quando estava à frente da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Por fim, uma terceira denúncia também já foi recebida pela 2ª Vara Criminal de Criciúma. O documento cita os crimes de peculato, lavagem de valores e apropriação indébita que teriam sido cometidos pelo ex-presidente da Multiplicando Talentos; além de um segundo indivíduo, sendo acusado de ter cometido o crime de peculato.