O Criciúma completou um mês de sua estreia na temporada 2017 neste dia 24. Desde a derrota por 4×2 diante do Fluminense, na partida de abertura da Copa da Primeira Liga, o Tigre entrou em campo outras dez vezes, acumulando quatro vitórias, dois empates e cinco derrotas, que somadas ao tropeço diante do Tricolor Carioca, resultam em um aproveitamento de 42,4%.
O baixo aproveitamento é, de certa forma, mentiroso. Vamos tentar tornar este dado mais real e subtrair duas partidas desta estatística, que são exatamente os dois compromissos pela Copa da Primeira Liga, onde Deivid mandou a campo time totalmente reserva (Brasil e Inter, ambos com derrota). Seriam, então, nove jogos, com quatro vitórias, dois empates e três derrotas. O aproveitamento já sobe bastante e para em 51,8%. Em função disso, toda a linha estatística que seguirei a partir de agora terá a exclusão dessas duas derrotas, já que os atletas que foram a campo não são titulares.
Ao fazer essa subtração, a comparação com 2016 fica até mais justa. O primeiro mês de jogos do Criciúma na temporada anterior teve, justamente, nove partidas. Na ocasião, o time então comandado por Roberto Cavalo conquistou as mesmas quatro vitórias, acumulou duas derrotas e três empates. O aproveitamento foi superior, de 55,5%.
O time de 2016 levou vantagem também no desempenho em casa. Como mandante, foram quatro jogos, com duas vitórias e dois empates, obtendo um aproveitamento de 66,6%. O atual Criciúma venceu dois e empatou e perdeu um dos quatro confrontos, tendo aproveitamento de 58,3%. Como visitante, porém, o desempenho é igual. Tanto Deivid, quanto Cavalo fizeram o Tigre vencer duas, empatar uma e perder duas, com 46,6% de aproveitamento.
Puxando outros dados, faz-se necessário comparar ainda a atuação ofensiva e defensiva das duas equipes. Neste ano, o Criciúma balançou as redes 15 vezes e sofreu 12 gols. Apesar de ter média de gols de 1,6, sofreu mais de um por jogo. Na comparação com o time de Cavalo, em nove jogos, marcou menos gols, 11, mas sofreu nove. Além disso, passou quatro jogos com a defesa sem ser vazada, enquanto com Deivid isso só aconteceu duas vezes. Entretanto, o time atual só não marcou gols em um jogo, enquanto a versão carvoeira 2016 ficou quatro partidas sem balançar as redes.
Comparar esses dados é importante para ver qual caminho está sendo trilhado pelo Criciúma. Apesar de os jogadores serem os mesmos (da formação atual, sete eram titulares em 2016), o técnico é outro e os números mostram como há diferenças no entendimento de jogo dos dois. Enquanto Cavalo presava mais por uma defesa sólida e que sofresse poucos gols, Deivid é o oposto: expõe mais o sistema defensivo em troca de um ataque mais atuante.
Um mês é pouco tempo para traçar qualquer conclusão (assim como foi curto o período para Deivid implantar o sistema desejado), mas já é o suficiente para ver que o Criciúma está mudado e que dedo de técnico tem influência, sim, senhor. Veremos nos próximos jogos quais serão os reflexos seguintes na temporada.