Do mesmo celeiro de onde surgiram Róger Guedes, Marlon e Ezequiel, vem agora uma opção de peso na zaga do Criciúma: Marcílio Florêncio Mota Filho, ou simplesmente Nino.
Na base do Tigre desde 2014, o recifense, que acumulou ainda passagens pelo Sport e Mogi Mirim no período de formação, vem se notabilizando como a principal revelação do clube em 2016. Firme nas disputas defensivas e mostrando sempre boa técnica, o zagueiro de apenas 20 anos se tornou peça de segurança no sistema defensivo criciumense.
Mas, como diz aquele velho ditado, “Deus escreve certo por linhas tortas”, e Nino só ganhou sequência no time titular com a lesão de Raphael Silva. O defensor titular desde o ano passado sofreu sério problema muscular, que o tirou dos gramados há mais de dois meses, fazendo com que o garoto formado na Toca do Tigre crescesse.
Já são 18 jogos na Série B, 16 como titular, e apenas dois cartões recebidos: um vermelho, na segunda rodada (em um lance que, honestamente, nem vi falta), e um amarelo apenas no último fim de semana.
Mais do que isso, Nino tem mostrado muita maturidade para um zagueiro tão jovem. Se o calejado Edson Borges parece sempre bater cabeça com o improvisado Diego Giaretta, que invariavelmente deixa grandes brechas na lateral-esquerda, o garoto pernambucano tem se entendido bem com os colegas da direita, seja Diogo Mateus (que costuma atuar mais por dentro) ou Maicon Silva (que procura mais o fundo).
Para um zagueiro de 1,88cm e com porte físico avantajado, Nino tem se mostrado bastante ágil e atento no posicionamento. Evidente que há sempre o que melhorar, especialmente por falarmos de um atleta de apenas 20 anos de idade. O senso de cobertura ainda não é dos mais eficientes, por exemplo.
Em contrapartida, penso que ele tem muito a evoluir com Raphael Silva ao lado. Na Série B, jogaram juntos apenas no empate sem gols diante do Luverdense e na derrota pelo placar mínimo para o Juventude, ainda no primeiro turno. Há alguns jogos esporádicos onde atuaram por poucos minutos e pouco significativos.
Raphael possui mais recursos técnicos e tende a acrescentar mais ao jogo de Nino do que o lento Edson Borges. Aliás, parece bem claro que hoje, da dupla de zaga, Nino é quem está em melhor condições. Na volta do carequinha Raphael Silva, quem deve perder espaço é Edson Borges. O momento é de mais uma cria carvoeira.