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“Neste Dia do Trabalho, não temos o que comemorar”, por Rodrigo Minotto

030216 Rodrigo Minotto EGO 1

Por Rodrigo Minotto

Deputado estadual

2º Vice-Presidente da Assembleia Legislativa de SC

Dengo Produtos de Limpeza
Maderonchi
Credisol
Contape
Net Lider
Coopera

Vice-presidente estadual do PDT/SC

Os especialistas em mercado de trabalho analisam a perda de empregos no Brasil em razão da pandemia utilizando dois cenários.

No cenário mais otimista, teríamos a perda de 7 milhões de empregos e chegaríamos a uma taxa recorde se desemprego de 17,6%, o que nunca aconteceu em nosso país.

No cenário mais pessimista, a taxa de desemprego chega a estratosféricos 23,8%, número até aqui impensável, mas real, de acordo com analistas da Fundação Getúlio Vargas.

Acrescente-se a isto, uma perda de 15% nos salários, em geral.

Acrescente-se mais as graves perdas de direitos sofridas pelos trabalhadores com a reforma trabalhista e o aumento considerável dos trabalhadores informais como medida urgente de sobrevivência e pode-se constatar que não temos nada a comemorar neste Primeiro de Maio, dia dedicado a homenagear o trabalhador.

Os programas de auxílio aos trabalhadores de baixa renda amenizam momentaneamente os problemas de sobrevivência das pessoas que mais necessitam de ajuda agora, mas não resolvem.

Não chegam a solucionar 10% dos estragos trazidos pela pandemia para os trabalhadores brasileiros.

O possível socorro para as pequenas empresas com o fim de que estas possam pagar salários e segurar pelo menos parte dos empregos que disponibilizam também está longe de resolver a crise, além da demora em chegar às contas bancárias desse segmento que tantos brasileiros empregam.

A pandemia deixou claro, de maneira abrupta e cruel, que o Brasil hoje é um país que não tem um projeto.

Um projeto claro e que pense na maioria de seu povo: os trabalhadores. Que privilegie o capital produtivo em vez do capital especulativo. Que desenhe e ponha em prática um plano de desenvolvimento que apoie e privilegie a indústria nacional sem abrir mão das importantes relações comerciais internacionais.

Que coloque a vida e o bem estar das pessoas como objetivo número um, número dois, número três…

Como disse anteriormente, não temos motivos para comemorar neste Primeiro de Maio.

Mas sempre teremos motivos para manter a esperança viva.

A esperança de que, após essa pandemia, o nosso país acorde e a gente comece a pensar um Brasil para os brasileiros.

Mais justo, mais digno, mais próspero e mais feliz para todos.


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