Mostra traz aquarelas, bordados, bolsas e caixas de memórias.
Em uma caixa de madeira rosa com a parte superior de vidro, Yasmin Custódio de Assis Assunção, de 10 anos, colocou objetos que fizeram parte de memórias cheias de afeto. “Aqui está o relógio do meu avô, com uma foto dele, e um anel da minha avó. Fiz uma caixa de papelão decorada para guardar o relógio e o anel, que me fazem lembrar deles e coloquei na minha caixa de memórias”, conta a estudante do quinto ano da Escola Antônio Guglielmi Sobrinho, de Içara. Yasmin e outros 22 alunos da sua turma estão expondo trabalhos no Museu da Infância da Unesc.
A exposição “Não me interessa (apenas) o que é consagrado como cultura, e sim, aquilo que me pertence”, do Museu da Infância e do Projeto Arte na Escola – Polo Unesc, em parceria com a Escola Antônio Guglielmi Sobrinho, traz aquarelas, cadernos de artista, pinturas, bordados, bolsas e caixas de memórias. As propostas foram construídas em um projeto que ressalta as questões de herança, memória, tradição e patrimônio das crianças envolvidas. Os trabalhos estarão expostos até o dia 14 de novembro, no núcleo do Museu da Infância localizado no Bloco XXI-C
A abertura teve a participação de alunos do quinto e do sexto ano e professores da Escola Antônio Guglielmi Sobrinho e do Centro de Educação Infantil Mário Pizzetti, de Içara, além de pais dos expositores e professores do Projeto Arte na Escola.
Segundo a coordenadora do Museu da Infância, Amalhene Baesso Reddig, a exposição é o resultado de um trabalho coletivo. “A condução dele foi feita com muita sabedoria e o resultado é uma produção muito rica de crianças, sobre crianças e para crianças”, comenta. Amalhene destaca, entre os trabalhos, o “Manto da Decepção”, no qual os alunos colocaram suas visões sobre o cenário atual brasileiro. “Esse tipo de diálogo precisa ser feito sempre”.
A professora Silemar Maria de Medeiros da Silva, uma das coordenadoras do Polo Unesc do Projeto Arte e Cultura, parabenizou os envolvidos na parceria que resultou na mostra. “Estou emocionada em ver a produção deles e em tê-los como protagonista desta história”.
A professora de Artes Julmara Goulart Sefstrom, que coordenou as atividades na escola, é egressa dos cursos de Tecnologia em Cerâmica e Artes Visuais da Unesc, e participa do Arte na Escola. Segundo ela, o projeto é um terreno fértil para ações como as que resultaram na mostra e uma possibilidade real de os professores ampliarem seus horizontes e trabalhar com pesquisa. Ela conta que os alunos acolheram a proposta e se empenharam para ter o resultado que queriam. “A arte tem o poder de mobilizar o humano dentro de nós”, afirma.
A assessora da Diretoria de Extensão, Cultura e Ações Comunitária, Sheila Martignago Saleh, deu as boas-vindas aos visitantes e parabenizou os alunos participantes.
A abertura da mostra teve a participação ainda do acadêmico de Artes Visuais Fernando Rocha e sua filha, Maria Isabel, que cantaram para o público.