A história do desaparecimento de A.C.S.P., hoje com 43 anos foi solucionada exatamente 21 anos depois do registro do seu sumiço pela família. Com uma foto ainda jovem, vestida de noiva, ela era procurada pela polícia de Santa Catarina após sair da cidade de Iporã do Oeste, sem deixar vestígios.
Ela foi localizada em Mato Grosso do Sul, na cidade de Ribas do Rio Pardo, onde constituiu nova família e tem três filhos. A descoberta foi possível após a liberação do sistema da Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST), para a Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas de Santa Catarina (DPPD), por meio de um Termo de Cooperação Técnica, realizado entre a SST e a Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Conforme informações do delegado Wanderley Redondo, o processo de localização é lento. Ele conta que a descoberta se deu com o apoio da escola dos filhos e até do conselho tutelar da cidade.
Redondo relata ainda que a mulher alegou ter deixado a família por sofrer agressões dos pais, mesmo depois de casada. Viveu em São Paulo por uns anos com o marido e depois separou. Ai então, resolver viver no Mato Grosso do Sul. Além destes, outros casos estão sendo investigados por meio do sistema. “O local é de difícil acesso e nem a telefonia móvel funciona para contato, então buscamos apoio primeiramente na escola, depois o conselho reforçou a descoberta. Foram mais de duas semanas de trabalho até confirmar que era a mesma pessoa. A parte boa de tudo é que ela vai visitar a família e já marcou um reencontro para os próximos dias”, conta o delegado.
O Secretário de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação, Valmir Comin ficou muito feliz ao receber a informação. Para ele, a parceria já está dando resultados. “É o reflexo de um grande trabalho, o resultado é sensacional. Temos um universo de informações e entendemos que os dados liberados para consulta da polícia poderá ser um instrumento poderoso na busca pelas pessoas que estão longe das famílias. Acredito que nosso dever é ajudar as pessoas e fico muito feliz”, assinalou.
Atualmente, o número de pessoas desaparecidas com ocorrências registradas na delegacia chega a 4,2 mil. Destes, aproximadamente 100 são crianças, 1,8 mil adultos, 1,6 mil adolescentes e 700 idosos.