Na temporada de verão do ano passado, foram registradas seis mortes por afogamentos em áreas monitoradas, ou seja, com serviço de guarda-vidas. Neste ano, até a quarta-feira, 8, foram registradas três mortes. Os dados foram levantados do Sistema E-193, do Corpo de Bombeiros Militar, em virtude do encerramento da principal fase da Operação Veraneio 2016/2017.
A exemplo do que aconteceu em edições anteriores, após o período de Carnaval, as principais atividades da Operação Veraneio chegaram ao fim nesta semana. A partir de agora, apenas alguns postos em praias mais movimentadas continuam com monitoramento de guarda-vidas. O efetivo do interior do estado, deslocado para atender áreas litorâneas e de balneários durante o verão, também já foi realocado.
Para o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel BM Onir Mocellin, a Operação Veraneio desta temporada foi bem sucedida. “Tivemos pontos importantes como a implantação de mais uma bandeira de sinalização de praia, que mostra a presença de águas-vivas no mar e na areia. Também lançamos o aplicativo Praia Segura, em que as pessoas podem saber a situação dos postos de guarda-vidas e as condições do mar por meio do celular. Houve a aquisição de um drone para monitorar aglomerados de pessoas e ocorrências de grande vulto nas praias. Isso sem falar na atuação do Ice, o primeiro cão de praia usado para auxiliar guarda-vidas em ações de salvamentos,” apontou o comandante. Todas estas ações visam oferecer informações para que os catarinenses e turistas possam aproveitar as praias com segurança, evitando afogamentos ou outras ocorrências relacionadas aos bombeiros.
Ainda de acordo com o comparativo feito entre a Operação Veraneio de 2015/2016 e 2016/2017, pode-se verificar que o número de arrastamentos (quando as pessoas caem em correntes marítimas e são salvas pelos guarda-vidas sem terem algum grau de afogamento), também diminuiu. Passou de 4.310 casos na temporada passada para 4.002 nesta temporada. Isso se deve, principalmente, à intensificação das ações de prevenção, quando os guarda-vidas orientam ou advertem as pessoas para que saiam de determinadas áreas por serem perigosas e apresentarem riscos de afogamentos. Nesta temporada, as ações preventivas dos guarda-vidas nas praias catarinenses já chegaram a quase três milhões de abordagens.
Já o número de ocorrências de pessoas atingidas por águas-vivas aumentou. Na temporada passada, foram registrados 66.157 casos, enquanto neste ano foram 83.144 casos.
Sobre os óbitos de afogamentos em áreas não monitoradas, ou seja, praias, rios, lagoas e piscinas que não têm o serviço de guarda-vidas, o comandante- geral explica que não há como ter precisão sobre o número exato de mortes. “Na verdade, são chamadas feitas para atendimentos de ocorrências em que, supostamente, a pessoa veio a óbito por ter se afogado em locais perigosos e não monitorados. Nestes casos, o Corpo de Bombeiros não teve oportunidade de intervir para tentar salvar a vida daquelas pessoas. E só o Instituto Geral de Perícias pode apontar com exatidão a causa mortis em cada caso”, explica.
Apesar de já ter sido encerrada a maior etapa, a Operação Veraneio 2016/2017 se estende até o fim do mês de abril.