Por Rodrigo Minotto, deputado estadual
2º Vice-Presidente da Assembleia Legislativa de SC
Nosso país vive um momento dramático, como o mundo todo, tendo que dar respostas urgentes em temas essenciais, voltados à proteção da vida das pessoas.
Entre essas questões, como oferecer condições seguras de trabalho para nossos profissionais da saúde, ampliação da rede de UTI’s, aumento considerável de equipamentos hospitalares, orientações à população com o objetivo de preservar vidas, pesquisa de medicamentos para o combate da pandemia.
Questões urgentes e fundamentais não faltam neste momento.
No entanto, quando o mundo todo está com foco voltado para solucionar, ou pelo menos reduzir ao máximo os danos à vida, eis que surge de repente entre nós uma outra crise.
Uma crise menor que a pandemia que assola o país, mas, entretanto, grave, apesar de completamente fora de hora: as manifestações de parcelas das nossas comunidades que trazem como principais bandeiras o fechamento do Congresso Nacional e do STF e a volta de uma intervenção militar nos moldes do que aconteceu em 1964.
Pela gravidade da proposta, nos vemos obrigados a criar um espaço em meio ao dolorido e assustado crescimento dos números de contaminados e vidas perdidas pelo Coronavirus, para responder a essa minoria que de maneira irresponsável e inconsequentemente vem pedir a volta da ditadura no Brasil.
Essas pessoas desconhecem ou fingem desconhecer os malefícios que a ditadura aqui se instalou entre 1964 e 1985.
Façamos uma reflexão.
Durante esses 21 anos, perdemos muita coisa.
Perdemos a liberdade de manifestação, a mesma liberdade de manifestação que esses grupos tiveram para ir às ruas pedir o retorno do AI-5 – que não teriam caso vivêssemos em um regime de exceção.
Perdemos lideranças democráticas que foram obrigadas a viver exiladas, como foi o caso de nosso grande líder Leonel Brizola, que, mesmo vivendo no exterior continuou a lutar pela volta dos direitos democráticos do nosso país.
Perdemos amigos e familiares, que desapareceram, foram presos ou tiveram que fugir para outros países.
Perdemos nossos representantes, eleitos pelo voto popular, com processos de cassação de direitos políticos e até de prisão, como foi o caso do nosso líder histórico Manoel Dias, aqui em Santa Catarina.
Perdemos muito nesses 21 anos de exceção.
Não podemos correr o menor risco de fazer a história voltar atrás.
O momento é de reflexão em defesa das liberdades democráticas, dos direitos da pessoa, de nos unirmos em busca de soluções para nossos trabalhadores e empresários no pós-Coronavírus.
O momento é de pensar em todos, de somar, de sermos solidários, de praticar a empatia.
O momento é de darmos as mãos e lutarmos juntos contra o verdadeiro inimigo a combater hoje: a pandemia que ataca o planeta e ameaça nosso Brasil.
Viva a democracia!