Única no Brasil, atração já recebeu mais de 56 mil visitantes ao longo desse período.
Através da extração do carvão mineral no século passado, Criciúma se tornou referência no assunto no estado e no país. A indústria carbonífera transformou o município no maior entre as capitais, gaúcha e catarinense. Décadas se passaram e a extração do mineral deixou de ser a principal fonte de arrecadação da cidade. Porém, a história ressurgiu, agora no turismo, com a abertura da Mina de Visitação Octávio Fontana, em 28 de outubro de 2011.
A antiga Mina São Simão encerrou suas atividades em meados dos anos 90. Após pesquisas, foi concluído que o local seria o ideal para receber a nova Mina de Visitação. Anteriormente, o município contava com a Mina Modelo, que foi desativada por falta de segurança aos visitantes. Administrada em parceria com a Satc, a mina conta com profissionais qualificados por ter na instituição de ensino o curso técnico em Mineração.
Completando seu sétimo aniversário, é a única mina de carvão aberta a visitação na América Latina, e a quarta no mundo. As demais estão localizadas na Rússia, Alemanha e África do Sul. Aproximadamente 56 mil pessoas já conheceram a mina desde a abertura. Já passaram também, turistas de todos os continentes do planeta. No último mês, mais de 2 mil pessoas visitaram o local.
Segundo o diretor de Turismo da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), Ismail Ahmad Ismail, a mina se destaca pelo pioneirismo no país. “Com o Parque das Nações, a mina é um dos nossos principais atrativos turísticos no município, tem características únicas. Tanto que já recebemos turistas de todas as partes do mundo”, reforça o diretor.
Escolas de toda região também aproveitam a estrutura para reforçar o que é lecionado em sala de aula. “A importância da saída a campo é para os alunos vivenciarem o que é aprendido dentro da sala. Na Geografia, analisamos os tipos de solo e características aqui da nossa região. E como as jazidas de carvão impactaram na economia e no meio ambiente da região carbonífera”, explicou a professora Kelly Laureth, da Escola de Educação Básica (EEB) Werner Knabben, de Braço do Norte.
A atração, referência no Brasil, proporciona um resgate histórico para quem não viveu o auge da exploração do ‘ouro negro’. “Muito legal e interessante a visita, os guias são atenciosos e explicam bem como funcionava a mina. Primeiro fomos a pé para a explicação e depois fomos com a locomotiva”, conta a estudante Rebeca Lunardi, de 12 anos.
Como funciona a visita?
A visita é acompanhada de um guia que explana a história da extração carbonífera e curiosidades do local. O passeio tem cerca de 300 metros, pode ser realizado a pé, ou em uma mini locomotiva, modelo réplica de 1922, com capacidade para 10 passageiros por viagem. Antes de ‘baixar à mina’, há um complexo que conta também com uma loja de souvenirs, exposições, amplo estacionamento com capacidade para 50 carros e oito ônibus, além de uma gruta de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros.
Localizada na rua Quintino Dal Pont, no bairro Naspolini, o ingresso para a visita custa R$ 16,00 e pode ser adquirido no local. Há disponibilidade de meia entrada para estudantes e professores, mediante comprovação. Crianças abaixo de cinco anos, idosos acima de 65 anos e turmas da rede municipal de ensino têm acesso gratuito à atração.
O horário de atendimento é das 13h até às 18h na terça-feira. De quarta a domingo, das 8h às 12h e das 13h30 até 18h. O horário limite para embarque na locomotiva é às 17h. Para grupos, o ideal é agendar o horário de visita através do telefone (48) 3445-8734.
Quem foi Octávio Fontana?
Octávio Fontana nasceu em Criciúma em 1926. O local onde se encontra a Mina de Visitação, no bairro Naspolini, eram terras de propriedade de seu pai, Fiorindo Fontana. Casado, ele teve seis filhos. Por quase 30 anos dedicou sua vida ao carvão. Fontana faz parte de uma geração de homens que saiu da roça e marcou época na região. Era conhecido por sua educação, simplicidade e bondade no trato com as pessoas.