Devolver a auto-estima de mulheres mutiladas que venceram a dura batalha contra o câncer de mama. Com este objetivo foi desenvolvido em Criciúma um projeto social de pigmentação gratuita de aréolas para vítimas da doença que tiveram as mamas reconstruídas.
Segundo o cirurgião plástico Paulo Michels o projeto teve início diante da necessidade de reconstrução da mama mutilada. “Durante nossos atendimentos, procedimentos, consultas, percebemos a importância da mama para a feminilidade e auto-estima da paciente, e nos propusemos a realizar uma pequena parte da recuperação, mas de importância ímpar para a elevação da auto-estima”, explica o idealizador.
Conforme o médico, a paciente vítima de câncer de mama realiza a cirurgia com o seu mastologista e no momento da reconstrução procura o cirurgião plástico. “Como existem diversos estágios da doença, também há vários níveis de ressecção. A maior parte dos casos se resume a pacientes que tiveram toda sua mama arrancada. Eu entro com a cirurgia de reconstrução, que na maioria das vezes é a inserção de uma prótese de mama, muitas vezes com rotação de retalho muscular para cobertura da mesma, e a aréola é feita em uma segunda etapa. Para reconstruir a aréola, existem procedimentos cirúrgicos e a micropigmentação. Dentro dos procedimentos cirúrgicos, tem os enxertos de pele, que dão uma cor alterada que simula a aréola, mas os melhores resultados são da pigmentação, pois fica mais natural”, exemplifica.
A fisioterapeuta, Juliana Matteos, parceira no projeto, explica que o procedimento, similar a uma tatuagem, pode ser realizada dois ou três meses após a última etapa de reconstrução cirúrgica.
“Vivemos em um mundo de muitas cobranças, onde todos têm deveres e ninguém obrigações. Isso nos torna mais “secos”, menos “humanos”. Acredito que podemos fazer mais, podemos fazer um mundo diferente. Procuro fazer a minha parte, fazer algo para o ser humano sem esperar nada em troca. No meu juramento durante a formatura disse: Fazer o bem, sem olhar a quem. Se todos fizessem um pouco, teríamos um mundo melhor. Portanto, me sinto muito bem em poder realizar a minha parte e fazer a diferença”, conclui Paulo Michels.
O projeto destinado a mulheres carentes, sem condições de arcar com os custos do procedimento deve ser agendado na Clínica Vivaz, localizada no bairro Pio Corrêa, por meio do telefone (48) 3443-2002. O atendimento é gratuito.