Mazola Junior pegou o Criciúma com terra arrasada. Eram cinco derrotas em cinco jogos na Série B, todos questionavam a qualidade do elenco que teria em mãos, inclusive o seu antecessor. Logo na estreia, num modorrento empate sem gols com o Juventude, viu parte da torcida tentar invadir o vestiário e outros tirarem o atacante Zé Carlos do sério, quase partindo para as vias de fato do lado de fora do Heriberto Hülse. O cenário era catastrófico.
O tempo passou, poucos reforços chegaram, mas Mazola manteve os pés no chão e com praticamente o mesmo elenco que Argel Fucks tinha no começo da Série B, conseguiu resultados e coloca o Criciúma em 14º lugar, posição dos sonhos para quem via o inferno da terceira divisão batendo na porta.
Óbvio que boa parte dos méritos vão para os jogadores – afinal de contas, eles são os atores principais do espetáculo, para o bem ou para o mal, são os protagonistas – mas Mazola Junior merece muito ser reconhecido. Alterou a forma de o time jogar, resgatou peças e tornou o Criciúma competitivo na Série B.
E vale lembrar: quase sempre com desfalques. Nesse curto período no Sul, Mazola Junior perdeu por vários jogos Zé Carlos, João Paulo, Suéliton e Fábio Ferreira, todos por contusão, fora os suspensos, que sempre aparecem. Mesmo assim, o 4-3-1-2 que implantou está azeitado, com uma base sólida na faixa central e muita mobilidade dos meias que fazem os lados com os atacantes.
Somado a isso, Mazola tem muitos méritos no fortalecimento do sistema defensivo. Gosto sempre de frisar que defesa é sistema, de nada adianta ter grandes zagueiros se eles estiverem inclusos em um sistema falho e pouco organizado. O técnico achou o ponto de equilíbrio e já são seis jogos sem sofrer gols nos 14 que comandou até agora.
Destaque-se: dos seis jogos, três são consecutivos, todos com duplas de zaga diferentes. Nino, Fábio Ferreira, Sandro, Jacy Maranhão e Liel passaram pelo miolo defensivo do Tigre nesse período de solidez defensiva.
Boa parte dos méritos vão para quem? Isso mesmo, Mazola Junior. Agrupou mais a equipe, deixou a defesa menos exposta, com coberturas melhor alinhadas. Enfim, organizou um setor que precisa ter o menor número de problemas possíveis.
Hoje, se o Criciúma respira fora da zona de rebaixamento e até sonhando com o acesso (mas com pés no chão, por favor), muitos dos méritos recaem nos ombros de Mazola Junior. É um trabalho, de fato, fabuloso dentro de todas as condições antes citadas. É o grande campeão do turno criciumense.