Alegação de Jaqueline Duarte Amboni é que crime foi em legítima defesa. Polícia Civil irá finalizar inquérito nesta semana.
Depois de mais de um ano de investigações, a Polícia Civil de Forquilhinha chegou a conclusão de que, no fim de 2015, a namorada de Valcionir da Rosa na época, a dentista Jaqueline Duarte Amboni, o assassinou a facadas e, com a ajuda de seu pai, enterrou o corpo em uma jazida de areia entre os municípios de Araranguá e Balneário Arroio do Silva. A acusada confessou os crimes na última sexta-feira, 7, e levou os policiais ao local onde o corpo estava escondido.
Valcionir da Rosa havia desaparecido no fim de 2015 e, desde então, familiares e Polícia Civil buscavam respostas sobre o seu paradeiro. “Um ano atrás já tínhamos uma certeza: a de que Jaqueline havia sumido com Valcionir. Mas levamos até agora para juntar mais provas e descobrir quem a ajudou a enterrar o corpo, e finalmente descobrimos”, conta o delegado de Forquilhinha, Eduardo de Mendonça.
Entenda o crime
De acordo com o delegado, a dentista confessou que, na noite em que ocorreu o assassinato, em seu apartamento, ela e Valcionir estavam brigando e ela já havia sido agredida quando pegou uma faca e correu para o quarto. Ele a teria alcançado e, para se defender, ela o esfaqueou. “A primeira facada pegou próximo ao pescoço, mas como já passou muito tempo, não temos como saber quantas facadas ela desferiu”, completa.
Segundo a investigação, depois disso, Jaqueline buscou o pai no Balneário Arroio do Silva e ambos enrolaram Valcionir em um cobertor, o levaram e enterraram no local já descrito. Na sequência, ela teria levado o pai embora, passado na casa da família de Valcionir para falar que ele havia supostamente sumido e depois ido para seu próprio apartamento.
Dentre as provas que a Polícia Civil tem sobre o caso, o delegado de Forquilhinha enumerou algumas importantes. “O fato de que Valcionir sumiu quando estava na casa de Jaqueline; ela ter se passado por ele e mandado mensagens para a família dizendo que havia ido embora para o Mato Grosso do Sul, por um número de celular desconhecido, até 15 dias depois do assassinato; e o percurso feito pelo carro de Jaqueline na noite do ocorrido, que conseguimos rastrear através da antena de seu celular”, ressalta.
O inquérito da Polícia Civil será finalizado e encaminhado ao Ministério Público nesta semana. “Ela será indiciada por homicídio e ocultação de cadáver e seu pai, por ajudar a esconder o corpo, responderá também por ocultação de cadáver. Como não houve flagrante, responderão em liberdade”, finaliza o delegado.
A ossada encontrada na última sexta-feira, 7, quando a dentista levou os policiais ao local onde o corpo foi enterrado, está sendo analisada pelo Instituto Médico Legal e Instituto Geral de Perícias.
Legítima defesa
A defesa de Jaqueline irá buscar o reconhecimento de legítima defesa, uma vez que ela vinha sendo agredida por Valcionir. “Porque foi o que houve no dia, ela apanhava bastante dele, inclusive no dia dos fatos foi agredida na frente de familiares, e já vinha passando por isso inúmeras vezes. A Jaqueline se entregou, contou e ainda vai contar a verdade com todos os detalhes, para que este caso possa ser julgado e resolvido, e para que todas as partes possam seguir com suas vidas”, argumenta o advogado da acusada, Alessandro Damiani.
Francine Ferreira