A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que SC não recebeu vacinas Rotavírus dos lotes que tiveram a distribuição e o uso suspensos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última semana. Assim, a vacinação segue o fluxo normal em todas as salas de imunização no território catarinense.
A suspensão ocorreu em função de um defeito na embalagem que provocava o vazamento do produto, conforme a Resolução-RE N° 1.594, emitida pela Anvisa em 14 junho de 2017.
Os lotes da vacina Rotavírus humano G1P[8], Bio-Manguinhos/Fiocruz, que tiveram a distribuição e o uso suspensos pela Anvisa são: AROLB699AA, AROLB700AA, AROLB700BA, AROLB701AA, AROLB701BA, AROLB702AA, AROLB703AA, AROLB704AA AROLB705AA, AROLB781AA, AROLB782AA, AROLB783AA, AROLB784AA, AROLB786AA, AROLB786BA, AROLB787AA.
O rotavírus é umas das principais causas de diarreia grave em lactentes e crianças jovens, sendo um dos diversos vírus que causam as infecções, comumente chamadas de gastroenterite. Estima-se que, aos cinco anos de idade, quase todas as crianças do mundo tenham sido infectadas pelo rotavírus pelo menos uma vez.
Este vírus é altamente transmissível, causando manifestações clínicas que variam de quadros leves, com diarreia líquida e duração limitada, a quadros graves, com desidratação, febre e vômitos, podendo ocorrer também casos assintomáticos. É uma doença de transmissão através de água, alimentos, contato pessoa-a-pessoa ou objetos contaminados.
A partir do ano 2006, a vacina contra o Rotavírus foi introduzida no calendário infantil de imunização nos Estados Unidos e em vários países da América Latina, incluindo o Brasil. Estudos recentes mostram que essas vacinas conferem proteção contra as infecções graves que requerem internação, em torno de 85% a 95%, e no total das infecções por rotavírus, de 72% a 74%.
É uma vacina oral, atenuada, monovalente e aplicada aos dois meses (1ª dose) e quatro meses (2ª dose). Estudos realizados com lactentes de seis a 13 semanas de vida em 11 países da América latina (incluindo o Brasil), no período de 2007 a 2011, mostraram a prevenção de 84,7% dos casos de diarreia grave e a diminuição de 85% das hospitalizações.
A cobertura vacinal contra o rotavírus manteve-se, em média, de 88,66% no período de 2006 a 2011, tendo a cobertura mínima em 2007 com 85,09% e a máxima em 2011 com 92,65%. Um estudo realizado no estado de São Paulo comparou número de casos envolvidos nos surtos: 16.279 casos entre 2003 e 2005 (anterior à vacinação) contra 2.775 casos no período entre 2006 e 2008, em todas as faixas etárias.